Reabilitação da Quinta do Ferro discutida no Palácio
A Câmara Municipal de Lisboa está a investir no desenvolvimento do modelo urbano preliminar da Unidade de Intervenção da Quinta do Ferro, um bairro localizado atrás do Palácio Sinel de Cordes, entre a Graça e Santa Apolónia. Um conjunto urbano onde não faltam casas sem condições de habitabilidade e situações de ocupação ilegal.
No âmbito da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática da Quinta do Ferro, a Câmara Municipal de Lisboa tem realizado um conjunto de reuniões com a população, nomeadamente quem reside e quem detém propriedades no bairro, e associações locais. Um destes encontros realizou-se a 20 de Outubro de 2022 no Palácio Sinel de Cordes, onde está sediada a Trienal, dado o nosso papel na organização de iniciativas culturais e actividades pedagógicas que procuram envolver a comunidade local e criar pontes com a envolvente. Foram apresentadas propostas e desenhos para lançar uma discussão aberta acerca das soluções urbanísticas a cerca de 30 pessoas, entre as quais residentes do bairro.
A Quinta do Ferro está a ser alvo de uma operação de transformação global por parte da CML, que integrará a regeneração urbana e ambiental, a produção de habitação acessível, a requalificação do espaço público e infra-estruturas urbanas, o desenvolvimento social, o sentido de comunidade local e o acesso aos direitos sociais. Estas medidas de intervenção foram apresentadas a 6 de Maio de 2022, pela Câmara Municipal, a representantes da Amigos da Quinta do Ferro, Associação de Proprietários e Moradores; da Cooperativa Trabalhar com os 99%; da Junta de Freguesia de São Vicente; e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a quem foi solicitada colaboração.
No passado 18 de Fevereiro, o município de Lisboa lançou o primeiro concurso para a concepção de um projecto de habitação municipal de cerca de 30 fogos, situado na rua da Verónica, destinado ao arrendamento (rendas apoiadas e rendas acessíveis). Este projecto visa contribuir para o realojamento de residentes actualmente a viver em circunstâncias precárias e constituir-se como primeiro passo de renovação do espaço público em que se insere, com um impacto social positivo. Sublinha-se que a intervenção é candidata ao financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência tendo como mote os valores da Nova Bauhaus Europeia: sustentabilidade ambiental, estética e inclusão.
É para a Trienal um grande motivo de satisfação participar na discussão da futura transformação deste território, juntando numa mesma mesa as várias partes: quem governa, quem projecta e quem usufrui. Esperamos que o Palácio continue a receber e organizar encontros em que se confrontam perspectivas, acreditando nas mais-valias deste debate aberto para as cidades.