Estreia de sucesso no Open House Worldwide Festival
43 das 46 cidades que fazem parte desta família participaram activamente na criação de conteúdos e gestão de projecto para que todas as actividades tivessem lugar, numa agenda preenchida dedicada ao tema Pensamento global para desafios globais. De acesso gratuito, o programa abordou os temas da actual crise climática, desafios de habitação, transportes e migrações, tendo como denominador comum o contexto pandémico e as questões que este tem acentuado.
Fundada por Victoria Thornton, esta rede tem vindo a crescer ano após ano com a missão de tornar a arquitectura acessível a todas as pessoas, promover a discussão sobre as transformações da cidade em todas as suas vertentes, favorecendo o debate público através da participação de quem a habita e dos agentes - formais e informais - que se dedicam às problemáticas da habitação e mobilidade. A Trienal de Arquitectura de Lisboa faz parte desta rede desde 2012 e a sua participação consistiu na apresentação da curta-metragem Filomena, de Pedro Cabeleira, seguida de uma conversa entre o realizador, a arquitecta Patrícia Marques (Site Specific), o arquitecto paisagista Samuel Alcobia (Baldios) e Filipa Tomaz, coordenadora do serviço educativo da Trienal. Desta experiência, deixam aqui o testemunho:
Carolina Vicente, que assume a coordenação do Open House Lisboa desde 2018, salienta que “foi um enorme orgulho fazer parte desta corrente que ligou cinco continentes durante 48 horas e que abriu lugar à reflexão e discussão de temas tão actuais, urgentes e relevantes sobre o presente e o futuro das cidades. A diversidade das partilhas de conhecimento a que assistimos, trouxe esperança para acreditarmos que, juntos, conseguimos contribuir para um futuro melhor.”
“Este evento, na minha opinião, foi importante por ter permitido a exploração de uma linha de pensamento que une os espaços e as pessoas que os habitam, e acima de tudo, dar a oportunidade de ouvir quem pensa a concepção de um espaço, descobrindo a filosofia na origem desta concepção e compreender o quão orgânica é a ligação entre o edifício e o modo de vida do ser humano”, comenta Pedro Cabeleira.
Filipa Tomaz, que moderou a conversa, destaca que “o OHWW representa um verdadeiro caso de estudo na organização de um evento global que juntou de forma voluntariosa representantes de mais de 40 cidades que integram esta rede internacional que liga os vários continentes.”
Patrícia Marques, autora de um dos edifícios representados no filme Filomena, refere que “cada conversa sobre a cidade rapidamente traz a evidência da sua riqueza como espaço de diversidade e interdependência, comunitário e público. O seu sucesso depende, exclusivamente, do compromisso e participação de todos e cada um. Somos muitos, não somos dispensáveis.”
Samuel Alcobia, do atelier Baldios, sublinha que “para mim, este evento abriu novas perspectivas relacionadas com a realidade urbana, e reforçou a ideia de que a Cultura e a Arquitectura podem melhorar um pouco as nossas vidas.”
A par dos seguidores habituais de Norte a Sul, Este a Oeste, a ocasião aliciou novos adeptos do YouTube e Instagram, com mais dois mil e oitocentos subscritores registados e um mundo inteiro de olhos postos nestas transmissões em directo. Se não conseguiu assistir ao Festival Open House Worldwide, pode consultar o programa online e ver alguns momentos marcantes. A identidade gráfica do encontro foi concebida pelo atelier português V-A Studio, que também desenvolveu a plataforma online do OH Lisboa.
Destacamos aqui os seguintes eventos do programa:
To Care About Cities: In conversation with Vicente Guallart and Elke Krasny
Construction and the Climate Crisis: Taking the next steps
Living Together: A panel on housing
Restoring Our Ecology, Restoring Our City: Organising around the Santa Catarina river, Monterrey
Open Cities and the Social Justice Movement
Citizen-led visions for a city in transition: What could Santiago learn from recent political and health crises?
Youth Manifesto! Architecture in a Climate Crisis
Quem se quiser juntar a esta rede pode tornar-se Amigo Fundador, permitindo que a arquitectura e a sua vitalidade continuem a ser um assunto da ordem do dia. A partir de 2021, os Amigos Fundadores terão acesso a eventos mensais exclusivos com curadoria das várias cidades-membro, com mais conteúdo e debates à medida que esta família continua a crescer. Saiba mais aqui