Valverde / Avenida da Liberdade
Percurso urbano por Victor Beiramar Diniz
Narrativas do espaços público
O vale coincidente com a Avenida da Liberdade corresponde a uma concha topográfica que tem o Mar da Palha e a Arrábida como horizonte e drenava, em conjunto com a ribeira de Arroios, para o grande esteiro do Tejo, um braço de água que chegava à dobra da colina de Santana.
Propõe-se uma incursão a este vale marcado pela sobreposição de visões de cidade. Ao eixo ancestral que ligava a cidade muralhada a São Sebastião da Pedreira, coincidente com o leito da ribeira, veio sobrepor-se a Avenida da Liberdade. Esta sobreposição gerou confrontos e singularidades urbanas, das quais o Chafariz do Andaluz ou os viadutos sobre a Rua de São Sebastião da Pedreira e de Santa Marta são claros exemplos.
O Valverde evolui sucessivamente oferecendo à cidade o seu primeiro jardim (quase) público em 1764, destruído aquando da abertura da avenida. No início do século XX a intensa experimentação arquitectónica, proporcionada pelos teatros e cinemas que se instalaram na avenida, marca definitivamente o imaginário colectivo da cidade. Já na viragem do milénio, a consagração do Corredor Verde de Monsanto idealizado por Gonçalo Ribeiro Telles afirma a importância das áreas permeáveis arborizadas do Valverde na regulação ecológica da cidade, integradas numa lógica de continuidade entre o rio e o parque florestal, lançando um novo paradigma que se replicará para a restante Lisboa.
Percurso urbano por Victor Beiramar Diniz
Duração
120 minutos
Lotação
30
Informação Extra
Ponto de encontro: Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna (Rua Dr Nicolau Bettencourt)