Ribeiras da Ajuda
Percurso urbano por Catarina Rebelo de Sousa e Gilberto Oliveira
O lugar do Rio Seco
Entre as ribeiras de Alcântara e de Algés, um outro conjunto de ribeiras deu lugar a uma sequência de eixos urbanos que ligavam a cidade, na base de Monsanto, ao rio. Na Calçada dos Jerónimos corria a ribeira dos Pocinhos, coincidente com a sua cerca do Mosteiro e na Calçada da Ajuda, e a ribeira dos Gafos que esteve na origem do eixo central do conjunto palatino da Ajuda, contíguo ao Palácio de Belém.
O percurso urbano propõe visitar este território pouco conhecido mas surpreendente. A sua designação decorre da observação popular de um fenómeno típico de relevo cársico, que o fazia desaparecer no Verão. Duas ribeiras, com origem em Montes Claros e na Tapada da Ajuda, contribuíam para o seu caudal, desaguando na praia em frente à Cordoaria.
Este lugar documenta as marcas da intensa exploração de calcários do Cenomaniano, associada à escavação de pedreiras e à extracção de cal, bem como a habitações trogloditas, visíveis no afloramento escavado e classificado como geomonumento. Daqui partiam os materiais plasmados nas cantarias e calçadas de Lisboa, marcando um tempo e uma cultura construtiva inscrita na sua paisagem urbana. As pedreiras, revelam-nos que ao gesto de construção corresponde o da extracção e de transferência de matéria que importa salientar na relação entre arquitectura e território evidente neste lugar.
Percurso urbano por Catarina Rebelo de Sousa e Gilberto Oliveira
Duração
120 minutos
Lotação
30
Informação Extra
Ponto de encontro: Tapada da Ajuda (portaria do Instituto Superior de Agronomia)