O Voluntariado é a nossa fundação
Conheçam a nossa família
Depois do verão, começamos a receber mensagens para saber quando será o próximo Open House. Há quem queira marcar dias férias para poder estar presente em mais uma edição. Há quem deixe antecipadamente o seu nome com o lembrete de regresso a certeza de querer fazer parte. Quando colocamos o formulário online, começam a chegar as candidaturas de voluntariado. Vêm de Lisboa e também da periferia, da outra margem e, até de zonas do país mais distantes da capital. Há uma magia inata que atrai quem por cá passa, que chama pais, prima/os e colegas e reúne amizades. E que traz novas caras a roteiro ou os especialistas que já têm lugar cativo. Todos anos desde 2012, o Open House Lisboa recebe centenas de candidaturas e a verdade é que, sem estas pessoas, este evento não podia acontecer. São a nossa fundação, o nosso pilar e o nosso pé direito. São a estrutura temporária que torna possível que tantos espaços se pontuem de laranja e sejam delimitados por braços que apontam o lugar, organizam as filas, indicam informações úteis e que contam a história de um lugar, que contextualizam as opções do projecto de arquitectura. São especialistas, uma nova geração e autorias experientes. São talentos com poder de explorar narrativas, de guiar grupos de visitantes e de revisitar casas e espaços únicos durante um fim-de-semana de portas abertas a obras e projectos de excelência. Todos os anos, a Trienal lança um call para constituir uma equipa e descobrir quem vai dar cara ao evento, com diferentes funções desde a coordenação de espaços em zonas geográficas específicas, a tutoria para apoiar na formação das equipas que estão no terreno e guias para realizar visitas ou gerir as operações logística no local.
Este evento anual, que acontece em Maio, está integrado na rede Open House Worldwide que tem vindo a crescer desde 2010, ano da sua criação. É uma iniciativa gratuita que lança um programa de visitas guiadas a casas privadas, a monumentos com percursos originais cujo acesso é condicionado, a projectos ainda em fase de construção ou a infra-estruturas de grande porte ou ateliers de artistas para dar alguns exemplos . Mas antes disso, há uma equipa que o prepara e se junta para que tudo aconteça da melhor forma. Cada pessoa que se voluntaria é entrevistado e, a cada é atribuído um ou mais espaços num período de 4 horas/dia. Nas semanas anteriores ao Open House, são realizadas pré-visitas para o conhecimento do projecto seja absorvido. Há braços no ar, há questões e há anotações, esquissos e registos. Neste conjunto de procedimentos tão necessários quanto relevantes, as mais de 200 pessoas voluntárias constituem-se como guardiãs para contar a história do(s) espaço(s). Recebem uma cuidadosa formação, um aspecto crucial desta operação que passa pela entrega de manual, informação detalhada sobre o espaço, aula de formação em grande auditório com contextualização por parte do comissariado e coordenação do evento. Ao tempo, dedicação, interesse que dão, a Trienal devolve-lhes toda esta dedicação com visitas em primeira mão e um evento exclusivo para celebrar o fim-de-semana de forma festiva, informal e descontraída, cruzando emoções e promovendo reencontros. E também devolve esse prazer da presença com orgulho de saber que, ao longo dos anos, tem vindo a construir uma família que se vê e revê tanto neste evento como fora dela, que escolhe a nossa instituição como casa para um par de horas deste imperdível périplo arquitectónico. Por ser um troca frutífera, quem tem aderido tem vindo a repetir a experiência. E há quem tenha chegado conquistado novas oportunidades profissionais. E, comum a todas as pessoas, a criação de elos e de novas amizades, cujo contacto se estende a outros contextos. O voluntariado é singular dentro da programação da Trienal, sendo a única situação a que se recorre a este formato, que também abrange tanto proprietários como autorias, justificável pelo facto de ser muito concentrado no tempo.
É apenas durante algumas horas que nos cruzamos com esta família, em Maio. Mas sabemos que é uma família que existe o ano inteiro.
“Adorei a experiência de participar como voluntária no Open House Lisboa. Para além de ter a oportunidade de conhecer espaços que nem sempre são acessíveis ao público com a apresentação enriquecedora dos especialistas, dar a conhecer às pessoas toda esta nossa herança cultural e património arquitectónico foi fantástica!” — Sandra Samina
“Foi uma experiência fantástica e pareceu-me que correu tudo da melhor forma. Queria agradecer-vos também pela oportunidade, pois fui recebida da melhor forma numa casa que não era a minha, conheci muitas pessoas interessantes, partilhei conhecimento e troquei impressões com imensos visitantes e outros voluntários, pois sem eles a experiência não tinha sido tão motivante e enriquecedora. São momentos destes que me relembram aquilo que gosto de fazer e me dão motivação para continuar a participar nestas “pequenas loucuras” no meio de tudo o que já há para fazer. Estarei disponível para próximas aventuras.” — Inês Belo
“É a 4ª vez que participo no Open House como voluntária, e é sempre um enorme prazer. A vossa energia positiva é contagiante e a vossa vontade de “fazer mais e melhor” é inspiradora. Espero continuar a colaborar no evento sempre que possível. Resta-me dar os parabéns por mais um sucesso e desejar a continuação de um óptimo trabalho!” — Daniela Silva