Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp
Alertas
Apresentação Webinar e FAQs abaixo.2024-09-18
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Apresentação Webinar e FAQs abaixo.2024-09-18
1 . Sobre
Quão pesada é uma cidade? A questão que configura a Trienal de Lisboa 2025 desafia a nossa compreensão actual dos espaços humanos: para lhe responder é necessário investigar uma nova dimensão planetária que enquadra a totalidade de artefactos tecnológicos ligados em rede, bem como dos fluxos de energia, materiais e de informação que os formam, e repensar as noções de cidadania num mundo que está profundamente transformado.As Universidades são centros críticos de produção de conhecimento e de inovação. O Concurso Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp é um convite às escolas, centros de investigação e programas pós-académicos de todo o mundo para se juntarem ao desenvolvimento dos conhecimentos necessários para moldar a cidade do século XXI, e fazer parte do programa central da Trienal que terá lugar no Outono de 2025.
O concurso assume duas categorias de participação: o de programas de mestrado e o de programas de investigação.
Está aberto directamente à área da arquitectura e também a disciplinas conexas, sejam estas das vertentes do projecto – como o urbanismo ou a arquitectura paisagista – de vertente técnica – como as tecnologias de construção ou de materiais – ou as de abordagem multidisciplinar – como a sociologia urbana ou estudos ambientais. Incentivamos a participação individual e colectiva com trajectórias disciplinares diversas. O objectivo é estimular a inovação do conhecimento sobre a cidade contemporânea e a sua caracterização material: como tornar as cidades mais leves?
2. Tema
Quão pesada é uma cidade? A cidade contemporânea sofre um processo de evolução incrivelmente rápido que perturba todas as estruturas e ciclos da Terra. Os seres humanos movem mais materiais do que rios e oceanos; colectivamente utilizamos energia mais do que nunca.
O que conhecíamos e chamávamos de cidade está a transformar-se num novo fenómeno planetário que reconfigura os ciclos bio-geo-químicos da Terra: uma nova e vasta figura que enreda a Terra e exige mais materiais para se sustentar, reparar e expandir, alimentada por cada vez mais energia e com sistemas de informação cada vez mais complexos.
O Concurso Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp convida à participação de projectos que investigam como tornar as cidades mais leves. Projectos que fazem análises detalhadas de fluxos de materiais, energia e de informação que moldam uma cidade – com um entendimento alargado das estruturas espaciais que sustentam a vida humana – e propõem modos inovadores de pensar que conhecimentos, práticas e estruturas podem constituir uma cidade mais leve.
Esta forma de operar na cidade exige por um lado restringir a percepção do que a prática arquitectónica é capaz de concretizar – abandonando a ideia de controlo ou visão completa da cidade – e por outro uma compreensão mais ampla da arquitectura, como relação entre políticas e espaços materiais que estes formam em diferentes períodos temporais.
Uma nova e intensificada dimensão da cidade inclui todas as estruturas que construímos para nos manter vivos: desde edifícios e ruas, parques, portos, sistemas de saneamento e de transportes, a explorações agrícolas, pescas, plantações; de complexos artefactos tecnológicos de pequenas dimensões a vastos cenários de extracção; de instituições e sistemas de conhecimento às complexas tecnologias de informação e à inteligência artificial.
Este sistema interligado foi designado pelo paleontólogo Peter Haff como tecnosfera. Na sua actual magnitude, tornou-se um novo paradigma da Terra, uma derivação da biosfera que inclui a tecnologia, os seres humanos, os animais e plantas domesticadas, e as estruturas e redes que interconectam e suportam estes componentes. Tem-se desenvolvido e intensificado a uma grande velocidade, deixando um largo rasto de detritos e poluição: a sua dinâmica é largamente alimentada por petróleo, gás e carvão que amplificam as perturbações da sua ligação aos ciclos vivos da Terra.
O concurso centra-se no significado prático de que embora tenhamos criado um sistema tecnológico de proporções planetárias, também estamos presos nele. Temos de viver com as suas consequências e enfrentar a necessidade de pensar e imaginar novas modalidades de criação.
Mais leve: o foco do concurso são projectos que antevêem formas de como as cidades podem ser transformadas por entre as consequências e impactos duradouros desta nova dimensão planetária. Apelamos à participação de propostas que encaminhem um entendimento sensato do peso da cidade contemporânea – seja este a massa material e energética que mobiliza, ou o peso emocional e cultural das perturbações que constituem a sua intensificação – e que indiquem caminhos claros a percorrer para a tornar mais leve.
Este apelo atende a diferentes significados desta noção: mais leve em termos de massa e intensidade de fluxos materiais que moldam as cidades, e mais leve em termos de os aproximar aos outros ciclos da Terra. Uma terceira forma de conceber cidades mais leves é imaginar novos moldes de reunir e estruturar agência e cidadania. Os projectos podem estar localizados em qualquer ponto da Terra onde os impactos do acentuar da tecnosfera se fazem sentir pelas populações, e não têm necessariamente de ser pensados em termos de contiguidade: são também bem-vindas abordagens multi-escalares e pensamento sistémico tanto no espaço como no tempo.
A 7.ª edição da Trienal aborda estas questões em três linhas de investigação, cada uma englobando diferentes processos multidisciplinares que conduzem às três exposições a realizar em Lisboa no Outono de 2025.
Fluxes concentra-se nas intersecções dos espaços artificiais – os vastos fluxos de materiais, energia e informação que sustentam a humanidade – com os ciclos frágeis e complexos da Terra.
Spectres foca-se nas tecnologias de imagem necessárias para compreender o impacto dos espaços humanos no planeta e a forma como estas ecoam estruturas imperiais e coloniais de extracção e poder.
Lighter aponta um caminho através de experiências de novos modelos de políticas e processos materiais, à medida que estes interagem com ecossistemas em rápida mudança.
Em conjunto, How heavy is a city? indica uma nova forma de compreender como o presente tecnológico se cruza com a dinâmica frágil do nosso planeta vivo
Para uma descrição mais detalhada destas abordagens, consulte aqui.
3. Prémio
O prémio consiste na participação nas três exposições centrais de uma shortlist de até 9 (nove) propostas, das quais serão seleccionadas 2 (duas) propostas vencedoras, uma por cada categoria – Mestrado e Investigação.
3.1. Propostas Seleccionadas
- Cada exposição incluirá até 3 (três) propostas seleccionadas, independentemente da categoria;
- Uma publicação digital dedicada ao Concurso Universidades incluirá um capítulo específico para cada um dos cursos de mestrado e dos programas de investigação, assumido pelo proponente.
- Haverá um reembolso das despesas de deslocação a Lisboa, para os dias inaugurais, da(s) autoria(s) – estudantes e investigadores/as – das propostas seleccionadas, num valor até 1.000,00 € (mil euro).
3.2. Propostas Vencedoras
- As Universidades vencedoras receberão o troféu Trienal de Lisboa Millennium bcp;
- A(s) autoria(s) – estudantes e investigadore/as – receberão um reembolso das despesas de delocação a Lisboa, para as conferências Talk Talk Talk no final de Outubro de 2025, num valor até 1.000,00 € (mil euro).
A cerimónia de entrega dos prémios fará parte dos dias inaugurais da Trienal 2025.
4 . Elegibilidade
O concurso dirige-se a todos os centros de ensino e de produção de conhecimento dentro das áreas referidas, incluídos na academia tradicional ou novos institutos e centros de investigação independentes, isto é, não formais.4.1. Consideram-se proponentes as pessoas nas seguintes situações: docência de unidades curriculares, na categoria de Mestrado; orientação de tese de doutoramento ou coordenação de grupo na categoria Investigação. As/Os proponentes são responsáveis pela orientação, avaliação e selecção prévia das propostas candidatas, bem como pelo processo de inscrição, submissão das propostas e acompanhamento do desenvolvimento e entrega dos materiais das propostas selecionadas.
4.2. As autoria(s) das propostas são estudantes que frequentem programas de Mestrado, no segundo ciclo do plano curricular académico (4.º e 5.º anos de mestrado integrado) nos países signatários do Processo de Bolonha, ou seu equivalente, e investigadores que integrem um centro de investigação, estudantes de pós-graduação e estudantes de doutoramento.
4.3. Pessoas com interesse em candidatar-se fora do âmbito de uma cadeira ou grupo de investigação, podem fazê-lo desde que sob orientação de um/a proponente.
4.4. Os projectos devem ser desenvolvidos durante o ano académico de 2024 no hemisfério Sul, ou 2024 – 2025 no hemisfério Norte.
4.5. Restrições à participação aplicam-se a:
- Estudantes, ou pessoas a fazer investigação, sob orientação ou sob coordenação académica de membros do júri;
- Cônjuges ou pessoas com ligações familiares, até ao 2.º grau da linha directa ou colateral, aos elementos do júri;
- Membros das instituições organizadoras ou co-produtoras da 7.ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa;
- Pessoas empregadas pela Associação Trienal de Lisboa, a sua equipa executiva, órgãos sociais, parceiros, e entidades patrocinadoras actuais;
- Projectos desenvolvidos em anos académicos anteriores de programas de mestrado, ou projectos de investigação concluídos.
Sugere-se que projectos de investigação concluídos ou propostas desenvolvidas em anos académicos anteriores, considerem candidatura a Projectos Independentes, em consulta no espaço das Open Calls do site da Trienal de Lisboa.
5. Júri
O júri é composto pela curadoria John Palmesino e Ann-Sofi Rönnskog e por 4 (quatro) outras figuras convidadas – a anunciar -, das quais uma é representante da Fundação Millennium bcp.
As propostas serão avaliadas tendo em conta a pertinência da sua resposta ao tema da 7.ª edição da Trienal. Os principais critérios são a coerência, a inteligibilidade, a dimensão inovadora e a pertinência no âmbito da reflexão proposta para a exposição.
6. Datas
Abertura do Open Call: 22 de Maio de 2024
Webinar de apresentação: 10 de Setembro de 2024. 15h GMT+1
FAQs: 16 de Setembro de 2024
Candidaturas: até 3 de Fevereiro de 2025, 23h59 (hora de Lisboa)
Anúncio de propostas finalistas: até 31 de Março de 2025
Actualização das propostas: até 7 de Julho 2025, 23h59 (hora de Lisboa)
Anúncio das Propostas Vencedoras: Dias inaugurais, 2 — 4 de Outubro. Data, hora e local a anunciar.
7. Candidatura
A submissão de candidaturas deve ser feita única e exclusivamente por via electrónica através de formulário online. Candidaturas enviadas por email, correio ou qualquer outra via não serão consideradas nem devolvidas. Não existe taxa de participação.
7.1. A primeira parte do formulário consiste na identificação da instituição e proponente, um texto introdutório ao programa da unidade curricular ou da investigação (100 palavras) e uma declaração de vínculo do/da proponente à instituição académica em formato PDF.
7.2. A segunda parte do formulário consiste na entrega das propostas – definidas no número 8 deste regulamento – a identificação de autoria(s) e prova de inscrição ou vínculo de cada autor/a com a instituição académica, num único documento em formato PDF.
7.3. As candidaturas podem incluir o máximo de 3 (três) propostas.
7.4. Cada proponente pode submeter apenas 1 (uma) candidatura por categoria – Mestrado e Investigação. Se submeter mais de uma candidatura por categoria, apenas será considerada a última a dar entrada em formulário.
Toda a informação inserida, bem como os documentos a serem submetidos em formulário e o nome de ficheiros devem ser escritos em inglês.
8. Propostas
As propostas podem ser de carácter prático ou de reflexão teórica. Os projectos podem ser desenvolvidos individualmente ou em grupo.
8.1. A entrada em formulário de cada proposta consiste em: título, sinopse (100 palavras), imagem representativa em formato JPG, descrição do projecto (1000 palavras), indicação do formato para participação na exposição (desenho, fotografia, maqueta, vídeo ou outro) e painéis do projecto.
8.2. Os três painéis são 3 (três) A2 com orientação ao baixo (594x420mm), combinados num documento único em formato PDF optimizado para leitura em ecrã de computador. O nome do ficheiro deve ter o prefixo T2025 UNIV, indicar a categoria ‘Master’ ou ‘Research seguida de um hífen e do título da proposta (e.g. T2025 UNIV Master – Title or T2025 Research – Title).
- Devem conter todos os elementos que as autorias e proponentes considerarem necessários para caracterizar e transmitir a proposta – desenhos, diagramas, imagens, simulações tridimensionais, fotografias de maquetas ou protótipos, etc;
- Em caso de imagens geradas com tecnologia de IA, esta devem ser mencionada em legenda;
- Não devem conter hiperlinks;
- Todo o texto deve ser escrito em inglês e recomenda-se que seja reduzido ao mínimo necessário;
- Os painéis devem estar numerados, não conter elementos que identifiquem a autoria, proponente ou instituição académica;
- O primeiro painel deve incluir o título da proposta.
9. Propostas Seleccionadas
9.1. Para a participação nas exposições, o formato dos projectos deve ser confirmado e desenvolvido com os curadores. No caso de formatos físicos, cabe à instituição assegurar o transporte necessário.
9.2. Para a publicação digital, os elementos que compõem cada capítulo serão definidos com a curadoria e editor/a.
9.3. A apresentação final para avaliação do júri consiste na actualização dos painéis apresentados, da sinopse e descrição apresentadas no formulário, e um vídeo de 3 minutos de apresentação da proposta e do(s) autor(es).
10. Direitos e Autoria
10.1. Os direitos de propriedade intelectual de pessoas terceiras, individuais ou colectivas, públicas ou privadas, incluindo, mas não limitado a, direitos de autor/a, marca registada ou direitos sobre o desenho são da inteira responsabilidade das autorias dos projectos e proponentes.
10.2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as propostas seleccionadas e respectivos textos, imagens, som ou direitos conexos poderão ser utilizados pela Trienal de Arquitectura de Lisboa no âmbito do evento, sem dependência de prazo e a título gratuito. A Trienal de Lisboa creditará a autoria de quaisquer materiais (texto ou imagem) utilizados tendo em conta a informação disponibilizada pelas autorias das propostas seleccionadas.
10.3. Ao submeter a proposta, o proponente e as autorias concordam que o seu trabalho seja usado em materiais promocionais relacionados com a Trienal de Lisboa, excepto quando indicado, sem prejuízo dos respectivos direitos de autor/a e de propriedade intelectual.
11. Confidencialidade
A Trienal de Arquitectura de Lisboa fará o tratamento da informação, referências e documentos de identificação submetidos como confidenciais e não os irá revelar a terceiros sem o devido consentimento.
12. Esclarecimentos
Este concurso integra a 7.ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa.
Todos os esclarecimentos e dúvidas sobre a interpretação do presente regulamento, bem como outras questões, deverão ser submetidas à organização através do e-mail univ@trienaldelisboa.com
A Trienal de Lisboa tornará pública, através do seu site, no espaço do Open Calls, a lista de FAQ’s dentro do prazo definido no calendário do presente regulamento.
Toda a documentação está disponível em formato bilingue [PT/EN] através do website da Trienal de Lisboa, no espaço das Open Calls, local oficial para consulta do processo: trienaldelisboa.com/open-calls-pt
13. Disposições finais
A Trienal de Arquitectura de Lisboa reserva-se o direito de alterar o presente regulamento, comprometendo-se a divulgar essas alterações pelos mesmos meios utilizados na divulgação do regulamento original.
FAQ
Sou estudante de mestrado, posso participar?
Sim, desde que já seja estudante no segundo ciclo em caso de mestrado integrado (quarto ou quinto anos) e sob a orientação de docente proponente, responsável pela inscrição e submissão da proposta individual ou em grupo. Para determinar a equivalência com outros enquadramentos comparamos com a norma da União Europeia, cujo Processo de Bolonha define três ciclos: licenciatura (três a quatro anos); mestrado (um a dois anos subsequentes) e doutoramento (três anos subsequentes).
Faço investigação, posso participar?
Sim. A pessoa proponente – responsável pela inscrição e submissão da proposta – terá que ser quem orienta a sua tese de doutoramento ou coordena o grupo de investigação a que pertence.
Sou docente, posso participar?
Sim, como proponente: de projectos de estudantes de segundo ciclo de mestrado da unidade curricular que lecciona, ou em mentoria de estudantes da mesma escola; de orientandos de doutoramento ou de projectos de um grupo de investigação a que pertence.
Posso participar em qualquer uma das três exposições, ou só em Lighter?
A natureza inquisitiva do Concurso Universidades (e da academia em geral) faz com que os projectos seleccionados possam encaixar em qualquer uma das três exposições: quer investigem com Fluxes os fluxos energéticos, materiais e de informação; revelem como mensuramos o impacto dos espaços humanos no planeta na exposição Spectres; ou apontem novos caminhos caminhos em Lighter.