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PTEN
Trienal de Arquitectura de Lisboa
Edição
Álbum
The Form of Form
Equipa
André Tavares e Diogo Seixas-Lopes
Website
Informação adicional

Locais: MAAT, Fundação Calouste Gulbenkian, CCB - Garagem Sul, entre outros

FRAC, 2013. Dunkirk, França © Paulo Catrica

Lacaton & Vassal

Carreira

O Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp 2016 foi atribuído à dupla Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal pelo olhar singular sobre a reabilitação de estruturas existentes com soluções engenhosas, colocando a arquitectura ao serviço da melhoria da vida das pessoas. 


Esta abordagem regenerativa e social valeu-lhes reconhecimento mundial e impactou a forma como se desenha habitação social. E tudo começou com uma experiência em África. Ou alguns anos antes, quando os caminhos de Anne e Jean-Philippe se cruzaram enquanto estudantes, na década de 1970. Em seguida, Vassal foi viver e trabalhar cinco anos no Níger, período que marcaria a visão de ambos. Construíram na cidade nigeriana de Niamey o primeiro projecto em conjunto: uma cabana de palha feita com arbustos locais que sobreviveu dois anos às intempéries naturais. O duo percebera que era possível alcançar bons resultados aliando o conhecimento da disciplina com os recursos disponíveis, sem excessos, sem luxos – o luxo é a transformação em si. Uma forma de estar que caracteriza a sua produção. 

Em 1987, fundaram o estúdio Lacaton & Vassal em Paris, onde se dedicaram a reabilitar habitação social, sempre com a mesma lógica, como Anne refere: “A transformação é a oportunidade de fazer mais e melhor com o que já existe. A demolição é uma decisão fácil, de curto prazo. É um desperdício de muitas coisas – um desperdício de energia, um desperdício de material e um desperdício de história. Além disso, tem um impacto social muito negativo. Para nós, é um acto de violência”. São vários os projectos, como a reabilitação de um edifício com 96 apartamentos originalmente construído no início da década 1960 que a autarquia queria demolir. A dupla rejeitou essa ideia, removeu a fachada de betão original, ampliou o edifício com varandas e ampliou cada casa. Este foi um modelo que replicaram e que lhes valeu a admiração de habitantes e pares. 

Noutra vertente, o atelier conta com obras de grande envergadura, como o Palais de Tokyo em Paris, a maior galeria de exposições temporárias de arte contemporânea no seu país. O duo “alcançou reconhecimento mundial pela relevância e singularidade. Desde projectos de menor escala marcados pelo questionamento de tipologias e materiais usados fora do seu campo convencional, até a reinvenção inteligente de arquitecturas pré-existentes, o seu trajecto é uma prova extraordinária da capacidade de transformação na arquitectura", disse José Mateus, presidente da Trienal. 

O atelier ganhou em 2021 o conceituado Prémio Pritzker, com o júri a reconhecer que "a arquitectura pode ter um grande impacto nas nossas comunidades e contribuir para a consciencialização de que não estamos sozinhos." Vassal gosta de acrescentar felicidade a essa equação. "A boa arquitectura é um espaço onde algo especial acontece, onde queres sorrir só porque estás lá. É também uma relação com a cidade, uma relação com o que se vê e um lugar onde se sente feliz, onde as pessoas se sentem bem e confortáveis – um espaço que proporciona emoções e prazeres".

O Galardão

O atelier representado por Anne Lacaton recebeu uma obra de arte de José Pedro Croft, artista que representou Portugal em várias edições da Bienal de Arte de Veneza. Na década de 1980, Croft iniciou o percurso profissional como escultor de pedra, com uma forte influência de João Cutileiro, com quem trabalhou. Artista contemporâneo, nunca deixou de ter uma visão única expressa com uma vertente arquitectónica. Em trabalhos recentes, Croft tem-se interessado pelo jogo entre volumes e luz, ao utilizar espelhos, vidro, bronze e cristais. A fragmentação e desconstrução características das suas obras geram imagens e momentos que pretendem gerar confrontos lógicos entre espaços cheios e vazios. 

Sobre

O Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp distingue o atelier ou pessoa no activo cujo trabalho e ideias tenham influenciado e continuem a ter um impacto profundo na prática e no pensamento arquitectónico contemporâneo. Acreditamos na prática consistente e de excelência, no trabalho relevante e na sua distinção.

A abrangência territorial deste prémio contou com figuras de cinco continentes para júri e a nomeação, assegurando uma pluralidade de vozes e uma diversidade de origens geográficas que lhe têm conferido uma sólida credibilidade. Desde 2007, quem vence este prémio recebe uma obra de arte original criada por artistas portugueses de renome, contribuindo para a projeção da produção artística nacional.

Júri

Andres Lepik
Bijoy Jain
Cecilia Puga
Jorge Figueira
Juan Herreros
Niall Hobhouse

Equipa de nomeação

Ana Jara, Ana Luiza Nobre, André Tavares, Bekim Ramku, Carlotta Darò, Cláudia Taborda, Danica Jovović Prodanović, David Basulto, Emilia Giorgi, Ethel Baraona Pohl, Eva Franch Gilabert, Fernanda Fragateiro, Hege Maria Eriksson, Herbert Wright, João Luís Carrilho da Graça, José Fernando Gonçalves, Josephine Michau, Juan Coll-Barreu, Kaye Geipel, Laurent Stalder, Leonor Cintra Gomes, Lucinda Correia, Markus Bogensberger, Matevž Čelik, Nuno Crespo, Nuno Grande, Pedro Baía, Pedro Bandeira, Pippo Ciorra, Roberto Zancan, Saimir Kristo, Shumi Bose, Valéry Didelon