PTEN
Trienal de 
O projecto editorial em curso de Gonçalo M. Tavares, produzido pela Trienal, regressa ao pólo cultural para uma apresentação. Em conversa com o público e com especialistas de outros campos disciplinares partilham-se reflexões em torno da exclusão em arquitectura, para compreender como as pessoas vivem as cidades e as casas.
Nem tudo são rosas, nem tudo são palmeiras, nem sempre o sabiá canta.
Onde fica a nossa casa?
O que é a nossa casa?
Qual a diferença entre a casa da infância e a casa onde vivemos hoje? Qual o percurso entre estas duas casas? A partir de que sentimento/acontecimento começou esse percurso – do medo, da necessidade? do amor, do desejo? do acaso? Como se muda de casa e de país? E qual a última casa? Há uma primeira casa, uma casa do meio e uma última? Como encontrar a última casa?
O que é um país-casa?
Que país é a nossa casa?
Como fazer arte fora da nossa casa-língua?
Algumas questões que estarão presentes nesta conversa.
Nesta sessão, para além de pequenas projecções de vídeo, iremos escutar artistas que, de diferentes países, migraram para Portugal para continuar a fazer a sua arte. Esta sessão contará com a presença de Jean Paul Bucchieri, encenador nascido em Itália, Larissa Lewandoski, artista visual brasileira, e com uma mensagem de Lauren Mendinueta, poeta colombiana - todos habitantes de Lisboa - que estarão em diálogo com o escritor Gonçalo M. Tavares, em mais uma etapa do Projeto As Cidades e as Casas.
Jean Paul Bucchieri nasceu em Itália e reside em Portugal desde 1993. Encenador, investigador e pedagogo. Integra o Corpo Docente da Escola Superior de Teatro e Cinema. Participou em projetos de Bob Wilson como assistente e intérprete. Como encenador, apresenta regularmente os seus projetos nas áreas das artes performativas, do teatro e da ópera desde 1994.
Lauren Mendinueta, Barranquilla, Colômbia (1977). Poeta, ensaísta, tradutora e professora universitária. Vive em Lisboa desde 2007.
Larissa Lewandoski(1992) é uma artista brasileira residente em Lisboa, mestre em Design da Imagem pela Faculdade de Belas Artes do Porto. As suas práticas transitam na intersecção do cinema e das artes performativas, onde temáticas político-sociais relacionadas ao território em que está inserida permeiam o centro de suas explorações.
Poema enviado por Larissa Lewandoski, do poeta romântico brasileiro Gonçalves Dias, poema do exílio:
“Minha Terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá, / As aves que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá. / Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores. / Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer encontro eu lá, / Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá. / Minha terra tem palmeiras, / Que tais não encontro eu cá, / Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer encontro eu lá, / Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá. / Não permita Deus que eu morra, / Sem que eu volte para lá, / Sem que eu desfrute os primores, / Que não encontro por cá, / Sem qu’inda eu aviste as palmeiras, / Onde canta o sabiá.
A investigação bibliográfica, visual e de campo de uma equipa multidisciplinar ao longo de três anos culmina com a publicação de um livro e de uma peça audiovisual documental. 350 obras literárias icónicas, de Marguerite Yourcenar a Clarice Lispector ou Adélia Prado são revisitadas, bem como o trabalho de filósofos clássicos e contemporâneos como Paul Virilio, Nietzsche ou Peter Sloterdijk. O projecto conta com a participação de uma equipa multidisciplinar que junta o colectivo artístico Os Espacialistas (arquitectos Luís Baptista, Diogo Guimarães e Sérgio Estevão), a ilustradora Rachel Caiano, a jornalista Rute Barbedo, a cineasta Larissa Lewandoski, e a equipa de design, som e imagem da Alfabeto Padrão.