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PTEN
Trienal de Arquitectura de Lisboa
Data
27 AGO 2024 - 01 SET 2024
Local
Palácio Sinel de Cordes, Castelo de São Jorge, Claustro do Museu da Marioneta, Duplacena 77, MAAT, MNAC: Museu Nacional de Arte Contemporânea
Preço
Gratuito
Edição
16.ª
Participantes
Curadoria: Laila Hida; Moderação: Vítor Belanciano
Equipa
Director: António Câmara Manuel; Director Artístico: Jean-François Chougnet; Coordenadora Geral e Curadoria: Rachel Korman; Directora de Produção: Ana Calheiros; Director Técnico: Alexandre Almeida Coelho; Comunicação e Assessoria de Imprensa: Rita Bonifácio / Paris, Texas; Design Gráfico: Ilhas Studio; Website: Maria Nery; Fotografia: Alípio Padilha
Co-Produção
DuplaCena; Horta Seca - Associação Cultural

Borj El Machkouk © Driss Aroussi

FUSO 2024

Festival Videoarte

"O papel do artista é exactamente o mesmo que o papel do amante. Se eu te amo, tenho de te tornar consciente das coisas que não vês." James Baldwin

Resistência, mais uma vez.
As experiências de guerra e de exílio, migração e deslocamento, lutas sociais, questões identitárias, urgência climática...são temas que emergem na arte numa época marcada pelo acirramento das desigualdades e dos embates geopolíticos, e pelo fortalecimento das práticas descoloniais. Protesto, narrativas pessoais ou documental, sátira e provocação, empatia e solidariedade... são formas de resistência que a arte utliza. Entre murmúrios de esperança, fornecem orientações para compreendermos os acontecimentos contemporâneos.

O FUSO 2024 mantém-se firme no compromisso em apresentar obras no campo da imagem em movimento que encorajam as pessoas a envolverem-se criticamente com o mundo em redor, reforçando a importância do vídeo como uma ferramenta para a reflexão e conscientização.

A mera possibilidade de um futuro
Curadoria Laila Hida
30 Agosto, 22h00, Pátio do Palácio

O festival português de videoarte regressa pela terceira vez ao pólo cultural da Trienal para um serão ao ar livre. Com o pátio como tela, a noite arranca com uma conversa entre a curadora marroquina Laila Hida e Vítor Belanciano, seguida da projecção de cinco curtas-metragens.

Borj El Mechkouk, 2023
Driss Aroussi,
19’

Este filme resulta de uma encomenda de uma aldeia num oásis. Uma pessoa vai para o deserto para estudar, e eventualmente restaurar, um sistema de galerias subterrâneas por onde corre a água, chamado Khettara. Seguimos a sua jornada em Borj el Mechkouk, durante a qual trabalha e vive nesta zona árida. Que será que vai descobrir ?

Magic Carpet Land, 2020
Marianne Fahmy,
11’11’’

Inspirado nos diários escritos durante a década de 1930 por um oceanógrafo egípcio — tentava conciliar o seu fascínio pelo Ocidente com o seu orgulho na sua formação Oriental — que embarcou numa expedição científica britânica realizada no primeiro navio de pesquisa científica ao Egipto. A narrativa reflete os seus pensamentos sobre a colaboração com cientistas ingleses e a sua relação cada vez mais estreita com o mar. Ao longo da jornada, evoca eventos históricos e memórias que refletem as lutas sociais e políticas da época, levantando questões de nacionalismo e identidade.

The Geomorphosis Cycle, 2023
Islam Shabana
14’

É uma antologia que aborda a interseção entre as Tecnologias da Água e as mitologias à volta deste elemento, através de simulação, da ficção científica e da poesia. No Mediterrâneo, as cidades costeiras estão cada vez mais ameaçadas a serem engolidas pela subida das águas do mar, enquanto as do interior enfrentam o risco de se afogar sob as ondas de areia de um deserto em expansão. Entre as narrativas polarizadas de "submersão e seca", governos da região estão a começar a usar as tecnologias mais recentes e modelos verticais de governança para a construção de uma 'cidade futurista'. Filmado entre Alexandria e Marrakech, The Geomorphosis Cycle debruça-se sobre política das crises de água provocadas pelo homem nestas regiões, enquanto especula sobre as transformações urbanas num mundo pós-antropoceno e ‘para além do humano’. Envolvidos por sons aleatórios de ventania e mares tempestuosos, dois vídeos combinam as imagens dissonantes de inundações na costa egípcia de Alexandria, com a seca crescente nos terrenos de tamareiras de Marrakech.

As passagens bíblicas do Livro de Daniel para as sequências gravadas em Alexandria cruzam-se com a poesia do livro de Ibrahim Al-Koni "The Land And The Sea''.

The last observer, 2020
Lina Laraki
11’

Quando a vida humana na terra desapareceu de vez, uma intuição artificial entediada conecta com a vida não-humana. Uma planta tem um sonho recorrente sobre um 'último observador'. Uma narrativa distópica ambientada num futuro especulativo tenta reconectar-nos a possíveis afetos perdidos. Todos os componentes do filme transportam-nos numa viagem através do tempo. A combinação das imagens de um futuro especulativo filmadas em Super 8, um formato do passado, cria ambiência contemplativa e bastante cativante que nos lança diretamente em reflexões sobre inteligência artificial, antropocentrismo e auto-projeções.

On the river, we celebrated, 2024
Sara Mounia Kachiri
5’25’’

Duas irmãs, Khaddouj e Nejma Batta, relembram a infância em Tahannaout, no Vale do Ourika no sopé das Montanhas Atlas, por onde serpenteiam as águas cristalinas e jardins verdejantes do Rio Ourika. Na aldeia, acreditava-se que uma nascente perto de uma Alfarrobeira conferia longos e brilhantes cabelos negros àqueles que dela bebiam, atraindo vizinhos em busca dos seus reputados benefícios. Elas vagueiam pelas suas memórias, entrelaçadas pela vida e pelas crenças em torno da nascente.

Créditos
Arquivos fotográficos, canções e histórias: Khaddouj e Nejma Batta
Realização e edição: Sarah Mounia Kachiri
Este filme foi feito no âmbito do workshop 'Rivering Together' de Manar Al Moursi, parte das Oficinas Coletivas da Fundação Dar Bellarj.
Agradecimentos : Maha El Madi, Rania Berrada, Manar Al Moursi, Francesca Masoero e Rim Mejdi

Sobre o FUSO

A 16ª edição do FUSO acontece de 27 Agosto a 1 de Setembro de 2024 e reúne obras de artistas cujas práticas definem as realidades contemporâneas e chamam a atenção para as formas como essas questões existiram e ainda permanecem na sociedade. Como nas edições passadas, as sessões acontecem ao ar livre, em espaços como o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o Palácio Sinel de Cordes ou o Museu da Marioneta. 

Criado em 2009, o FUSO é o único festival português de videoarte, de produção nacional e internacional que se realiza anualmente em Lisboa e nos Açores (FUSO Insular).
A programação é eclética, tal como são as linguagens que dão corpo à videoarte. Como medium, é sem dúvida o que tem maior flexibilidade, maior capacidade de abarcar e cruzar as disciplinas artísticas contemporâneas: as artes visuais, a performance, a dança e o teatro, o cinema ou a literatura.