Locais: Museu da Eletricidade, Carpe Diem Arte e Pesquisa, MUDE Museu do Design e da Moda - Colecção Francisco Capelo, entre outras.
A premissa da terceira Trienal de Arquitectura de Lisboa não é dar respostas mas sim colocar questões que, através do seu contexto e esfera, contenham uma declaração de intenção bem como um apelo à ação.
Close, Closer é uma investigação ao território alargado da prática arquitetónica contemporânea. Ao longo de três meses, a partir de diversas plataformas de exposições, eventos, discursos, conversas, peças de teatro, histórias, campanhas, concursos, jantares, debates, parlamentos, publicações, interfaces, atmosferas, experiências, invenções e ações cívicas, a Trienal vai analisar a condição em que a arquitetura é exercida, bem como a forma como é enquadrada, expressa e entendida. Quatro programas centrais, Futuro Perfeito, A Realidade e Outras Ficções, Efeito Instituto e Fórum Novos Públicos e uma multiplicidade de Projectos Associados, apresentam a arquitectura não apenas como um objecto e uma ideia a ser mediada, mas como um acto de mediação em si mesmo.
Emergindo das sombras das torres em ruínas de um Dubai pós-afluência petrolífera, produto da geo-engenharia de climatologistas e influenciada pelo boom económico iminente do subcontinente Indiano, esta é uma ilha urbana terraformada. Uma cidade que cresce em vez de ser construída, uma criatura que vive, respira e computa, uma ecologia em ebulição que se tornou na nova megaforma metropolitana. Trata-se de um urbanismo especulativo, um presente exagerado onde podemos explorar as maravilhas e as possibilidades da investigação biológica e tecnológica emergente e perspectivamos mundos possíveis que queremos construir para nós mesmos. Porque o futuro não é algo que passa por nós como água, é um lugar que devemos configurar e definir ativamente. Através de ficções, partilhamos ideias e escrevemos a crónica das nossas esperanças e medos, das nossas mais profundas ansiedades ou fantasias mais ousadas. Alguns de nós vão deixar-se levar pelo que a cidade poderia ser, outros vão mostrar-se reticentes e olhá-la com cautela. Nunca andámos estas ruas, por aquilo que está por vir, num Futuro Perfeito.
A preocupação latente nesta exposição com curadoria de Mariana Pestana prende-se com a ambiguidade e com os paradoxos inerentes ao exercício da hospitalidade, com os postulados que definem e condicionam os usos da arquitetura. Os conteúdos e situações geradas pelos trabalhos ali presentes destabilizam as regras e os compromissos subjacentes à ocupação e uso do espaço para levantar questões acerca dos lugares do dia-a-dia, da forma como nos relacionamos com eles e como eles nos fazem relacionar com o outro. Na intimidade que estabelecem entre lugar e ocupante cada um dos trabalhos exerce formas de hospitalidade. Seja para evidenciar os conflictos inerentes ao seu exercício ou para lembrar a urgência da sua aplicação, para instigar encontros inesperados ou para promover oposições, ou convergências, ou combates, ou consensos.
O Efeito Instituto converte-se numa homenagem viva e em transformação à instituição contemporânea. Apresentando uma temporada intensa de workshops, palestras, debates e projeções, O Efeito Instituto pretende ser um fluxo de atividade em constante rotação. Desde uma palestra ao entardecer a uma exposição com a duração de seis dias, doze instituições internacionais pioneiras irão alternar sucessivamente como anfitriãs de um programa público, formando uma série de residências dinâmicas.
O espaço expositivo foi desenhado pelo primeiro instituto, a Fabrica. Contextualizado como uma instituição fictícia, integra uma livraria, um arquivo, área de workshop e de exposição, bem como a criação de uma identidade gráfica e um website. No âmbito da exposição, cada instituto deve seguir um conjunto de regras criadas pela instituição antecedente, bem como criar uma regra para o seu sucessor.
Ao longo de três meses, os visitantes participam em actividades tão diversas como explorar novas formas de pedagogia num workshop de participação intensiva; visitar uma construção à escala 1:1 reimaginada de uma galeria de arquitetura mexicana; produzir uma experiência editorial; ou explorar Lisboa através de uma série de intervenções alternativas alargadas a toda a cidade..
O que aconteceria se, de repente, um palco público da vida real fosse revelado nas nossas cidades? O que aconteceria se recontextualizássemos a realidade controlada do espaço público num site teatral de troca onde pudéssemos, coletivamente, representar as nossas aspirações? A ficção tornar-se-ia vida real e vice-versa?
Fórum Novos Públicos convida todas as audiências a juntar-se nesta plataforma cívica e serem atores da cidade que imaginam. Este programa público experimental vai apresentar uma série de Actos que se realizam no Palco Cívico, projectado por Frida Escobedo, de 12 de Setembro a 10 de Novembro de 2013.