A partir de duas fotografias e um interruptor de baquelite, a conversa aborda questões associadas ao processo de trabalho em arquitectura e o papel das imagens. A imagem resume, de certa forma, um dilema: representa (ou é produzida a partir de) a cultura material, constrói a cultura imaterial. Regista, autonomiza-se, torna-se objeto de desejo por si só. Frederico Martinho, através da sua fotografia, tem-nos acompanhado nesta investigação.
Empenhado numa prática pertinente e sensível, este atelier responde à sobre-estimulação da vida contemporânea com projectos que ofereçam estabilidade e conforto aos quotidianos através de uma solidez perceptual. Privilegia a observação demorada, capaz de fazer erguer o olhar pela presença subtil, pelo cuidado do detalhe ou pelo carácter enigmático.
Mestre em Arquitectura com a dissertação final A Fotografia na Obra de Luis Barragán: Da imagem fotográfica à imaginação, desenvolve, através da prática da arquitectura, da fotografia e da escrita, uma intuição convicta nas imagens como estágio fundamental da política, dos ambientes, da cidade e do território.