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Trienal de Arquitectura de Lisboa
Data
12 OUT 2021 - 11 DEZ 2021
Horário
Terças e Sábados: 11h - 19h; Quarta a Sexta: 14h - 19h
Local
Palácio Sinel de Cordes
Preço
Gratuita
Participantes
Com obras de: Benjamin Robert Haydon, Carlo Scarpa; Jerzy Mokrzyński, Josip Osojnik, Lucía de Mosteyrín Muñoz, Mário Novais, Ott Puuraid, William Home Lizars, Max Rasser, Samuele Tirendi / denkstatt sàrl, Tibère Vadi

Fotografias e citações de pacientes (Recolha): Anna Ulrikke Andersen, Anne Silje Bø; Contribuições: Ann Lise Aaseth, Elling Ola Drege Kirkhorn, Fredrik Joramo, Helga Marie Holt-Seeland, Håvard Jektnes, Knut Forbergskog, Laila Holgersen, Marte Karoline Lieng, Åshild Marie Grønningsæter Vige; 

Co-Produção
Future Architecture Platform

Em parceria: Burel Factory
Em colaboração: Norsk Folkemuseum, minner.no, Norsk Revmatikerforbund Østfold, Bekhterev Norge

Apoios: Norwegian Arts Council, OCA - Office for Contemporary Art Norway

Informação adicional
Curadoria: Anna Ulrikke Andersen Desenho Expositivo: L'Atelier Senzu

Exposição Condições Crónicas: Corpo e Construção, Trienal de Lisboa, Palácio Sinel de Cordes 2021 ©Sara Constança

Condições Crónicas: Corpo e Construção

No Palácio apresentamos a exposição que revisita as colecções de arquitectura da Future Architecture Platform, resultante do open call 2021 Landscapes of Care, no qual a Trienal de Arquitectura de Lisboa seleccionou dois emergentes.

A partir da ideia apresentada por Anna Ulrikke Andersen e da sua selecção e recolha de objectos expositivos de diferentes formatos, o L’Atelier Senzu criou o desenho expositivo de Condições Crónicas: Corpo e Construção.

Abordagem curatorial

À medida que temos mais longevidade, mais pessoas irão viver com doenças crónicas. A partir de uma narrativa pessoal de doença reumática crónica, a curadora desta exposição questiona: como respondem os nossos corpos aos edifícios?

Esta exposição usa a perspectiva do paciente captada em fotografias recentes e filmes originais para revisitar uma selecção de desenhos e fotografias das principais colecções europeias pertencentes à Future Architecture Platform. Partindo do corpo com doença crónica, focamo-nos nos fluidos, junções e orifícios, tanto nos corpos como nos edifícios, explorados na arquitectura e na arte de 1822 a 1983.

Não é possível um guia completo de A a Z para esta temática. A exposição destaca que o plano que apresentamos está incompleto e deveria ser mais desenvolvido. Em vez disso, deslocamo-nos de A a X: A de Arquitectura, até X, o futuro desconhecido, mostrando como as doenças crónicas afectam a nossa experiência de paisagens, edifícios e infra-estruturas. Como podemos configurar um novo alfabeto para nos ajudar no novo amanhã?

Colecções

  • Academia Real das Artes, Londres
  • Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
  • MAO - Museu de Arquitectura e Design, Liubliana
  • MAXXI - Museu Nacional das Artes do séc. XXI - Collezione Architettura, Roma
  • Museu de Arquitectura da Estónia, Talin
  • Museu de Arquitectura de Wrocław
  • S AM - Museu Suíço de Arquitectura, Basileia


Que condições crónicas constituem um desafio? Visitalk com Abi Palmer e Jos Boys com moderação da curadora Anna Ulrikke Andersen. 10 de Dezembro, 18:00

Esta é a pergunta central da visita virtual comentada e conversa para discutir as questões suscitadas pela exposição a partir de diferentes perspectivas: academia, arte, activismo, arquitectura e pacientes. Através do design, da poesia, da prática curatorial e de narrativas pessoais é examinado o papel que o corpo com deficiência desempenha na arquitectura de hoje e como o desafio colocado pelas estruturas existentes pode ser enfrentado.

Que condições crónicas devem vir à tona no discurso arquitectónico? Desde a década de 1970, activistas e estudiosos da deficiência investigam como as pessoas com deficiência são objecto de desvantagem e discriminação em diferentes áreas da sociedade. Os seus esforços têm conduzido a importantes regulamentações e princípios, visíveis na adopção do design universal em arquitectura. No entanto, especialistas como Jos Boys ainda criticam a forma como a arquitectura hoje trata o corpo com deficiência, como uma resposta tardia ao projecto. Ela argumenta que, em vez disso, se deveria iniciar o processo arquitectónico no corpo com deficiência e nas estratégias que esses corpos usam para viver num mundo que não foi construído para eles. Este enfoque beneficiaria não apenas as pessoas com deficiência, mas todos nós. Biografias em baixo.

Veja esta visitalk que reúne a visita virtual comentada e conversa com as convidadas.

Desenho expositivo

Concebida pelo L’Atelier Senzu, a cenografia centra-se na utilização da matéria têxtil combinada com o upcycling de elementos expositivos para a criação de um ambiente intimista. Em parceria com a Burel Factory, um conjunto de painéis foi desenhado em burel, um tecido artesanal português feito de lã de ovinos da Serra da Estrela, que transfigura as salas expositivas do Palácio e tira partido das singulares propriedades acústicas e térmicas deste têxtil. Com o reaproveitamento de material de anteriores exposições, o atelier projectista provoca a nossa percepção da acessibilidade através de algumas propostas que desafiam o corpo a adaptar-se a diferentes disposições dos elementos expostos.

Actividade para escolas
Cada corpo é um corpo, cada casa uma casa

Como respiram as casas? Como se mantém de pé? Terão frio? Porque será que rangem? Será que são parecidas com o nosso corpo? E como é que o nosso corpo se relaciona com as casas? Será que cabemos em todas as portas? Poderemos descer as escadas sem usar a visão? Como fazer para espreitar através de uma janela à qual não conseguimos aceder? Conseguimos memorizar um percurso através dos seus cheiros?

O Serviço Educativo apresenta uma actividade-desafio para esta exposição que questiona como respondem os corpos aos edifícios na perspectiva de pacientes com doenças crónicas. Ao responder a estas questões, sensibiliza-se a atenção das crianças para a relação do ambiente construído com o bem estar dos corpos, pondo-as na pele de quem tem necessidades diferentes das suas. Provoca-se reflexão crítica sobre a adequação dos espaços e propõe-se a criação de alternativas para fruição plena e acessível do espaço onde todos vivemos. Em paralelo, relaciona-se a saúde humana com a saúde dos edifícios, consciencializando para a necessidade de se cuidar também destes.

Visita-oficinas para Escolas, 1.º e 2.º ciclo
Terça-feira a sexta-feira, por marcação
Duração: 90 minutos
Preço: 1,50€ / criança
Marcações: actividades@trienaldelisboa.com

Biografias

Anna Ulrikke Andersen é uma historiadora da arquitectura e cineasta norueguesa, actualmente investigadora de pós-doutoramento na Universidade de Oxford. É doutorada em arquitectura pela Bartlett School of Architecture. Em 2018-19, foi bolseira no Harvard Film Study Center, onde começou a explorar o cinema, a escultura e a escrita de ensaios como métodos para investigar a arquitectura experienciada por pessoas que vivem com doenças crónicas. Em 2021, recebeu a prestigiosa Bolsa de Trabalho para Jovens Artistas do Conselho de Artes da Noruega. O seu primeiro livro, Christian Norberg-Schulz: An Architectural History through the Essay Film, será publicado pela Bloomsbury Publishing em 2022.

L'Atelier Senzu é uma prática de arquitectura com sede em Paris, fundada em 2015 por Wandrille Marchais e David Dottelonde. O atelier explora diferentes áreas da criação para imaginar respostas únicas aos desafios climáticos e sociais. Venceram o concurso internacional para a transformação da Câmara dos Notários, localizada na Place du Châtelet em Paris, e recentemente concluíram a nova Galerie Perrotin na mesma cidade. Também estão a desenvolver o primeiro edifício estrutural em taipa da capital francesa.

Em 2021, L'Atelier Senzu ganhou o prémio “Albums des Jeunes Architects et Paysagistes (AJAP)”, um prémio bienal do Ministério da Cultura. Foram também galardoados pela «Academia de Belas Artes» que atribui anualmente cinco prémios a jovens artistas nas disciplinas de pintura, escultura, arquitectura, gravura e composição musical.

Abi Palmer é escritora, artista e cineasta premiada. O seu trabalho usa frequentemente a interacção e jogos multissensoriais para explorar os temas da deficiência, da intimidade de acesso e da cultura queer. A sua primeira obra publicada, Sanatorium (Penned in the Margins, 2020) é um livro de memórias fragmentado que alterna entre uma luxuosa piscina térmica e uma banheira insuflável azul, e foi nomeado para o Prémio Barbellion. A sua instalação artística Crip Casino esteve exposta na Tate Modern, Somerset House, Wellcome Collection (todas em Londres) e Collective (Edimburgo). O seu trabalho é um dos protagonistas da exposição Condições Crónicas: Corpo e Construção.

Jos Boys é arquitecta, mas também investigadora, consultora, pedagoga, jornalista, autora e fotógrafa. Jos está há muito envolvida no activismo do design para a inclusão, nomeadamente como membro fundador da prática de arquitectura feminista Matrix e do grupo feminista de arte e arquitectura Taking Place. Tem também experiência considerável em desenvolvimento, académico e design educacional. É directora de curso do Mestrado em Learning Environments no Bartlett UCL, com interesse particular em Igualdade, Diversidade e Inclusão. Foi co-fundadora, com a artista com deficiência Zoe Partington, do Dis/Ordinary Architecture Project, uma plataforma colaborativa que desenvolve iniciativas que reúnem a criatividade de artistas com deficiência e estudantes de arquitectura, educadores e profissionais.