Estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Mark Leckey é um dos artistas contemporâneos mais influentes. Desde o fim dos anos 90, tem-se debruçado sobre a relação entre cultura popular e tecnologia e explorando os temas da juventude, classe e nostalgia. Leckey trabalha com escultura, filme, som e performance – às vezes em simultâneo. Os seus trabalhos mais conhecidos são Fiorucci Made Me Hardcore (1999) e Industrial Light and Magic (2008), com o qual ganhou o Prémio Turner.
Exposto em muitos países, teve uma exposição individual na Tate Britain em 2019, na Serpentine Gallery em 2011, na Kölnischer Kunstverein, Colónia, em 2008 e no Le Consortium, Dijon, em 2007. As suas performances foram apresentadas em Nova Iorque no Museum of Modern Art, Abrons Arts Center e no Institute of Contemporary Arts, em Londres, em 2009, e no Museu Guggenheim de Nova Iorque, em 2008. As suas obras integram as colecções da Tate e do Centre Pompidou.
A conversa é em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A. Entrada livre, mediante registo.
Manuel Arriaga é professor universitário e um dos fundadores do Fórum dos Cidadãos. Pedro Magalhães é investigador do Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
A democracia é uma tecnologia de decisão colectiva que agrega vontades e define um curso de acção. No entanto, segundo o diagnóstico de muitos, trata-se de uma tecnologia “em crise”. Uma parte importante da experiência contemporânea de "frustração democrática" parece resultar do contraste entre a estagnação das formas de fazer política e a rápida evolução da tecnologia digital. Quem consome, aprende, há muito, a esperar – e a exigir – inovação. No entanto, enquanto cidadã/os, confrontamo-nos regularmente com a imutabilidade dos mecanismos de governação.
Em democracia representativa, quem é efectivamente representado? Como, e até que ponto, os interesses e preferências das pessoas – e de diferentes pessoas – se convertem em políticas? No que diz respeito ao tema do ambiente e das alterações climáticas, a cada ciclo eleitoral parece haver uma espécie de miopia, ou de horizonte curto, que resulta exclusivamente na articulação e resolução de (alguns) problemas de curto prazo.
Em que medida formas de "inovação democrática”, especialmente as que servem para criar maiores oportunidades de participação política, podem servir para lidar com os problemas de longo prazo, nomeadamente com a crise climática? Qual o potencial de outras formas de organização política em complemento, ou mesmo alternativa, à democracia representativa?
Em inglês, a conversa é moderada por Catherine Moury, Professora Associada de Ciência Política e Directora do Programa de Doutoramento do Departamento de Estudos Políticos da Universidade NOVA de Lisboa.
Entrada livre, mediante registo
Professora Universitária, Cátedra de Culturas Digitais e Mudança Societal na Technische Universität Dresden
As preocupações crescentes com as alterações climáticas, a escassez energética, a segurança e a instabilidade económica voltaram ao foco dos urbanistas, investidora/es, cientistas e governos, que entendem as tecnologias computacionais como potenciais tábuas de salvação para um mundo habitualmente definido por catástrofes e "crises". De simulações computacionais meteorológicas em grande escala, a cidades e infraestruturas inteligentes, a projectos de geo-engenharia, a criptomoedas e blockchains temos, sem dúvida, transformado o planeta num tubo de ensaio e numa experiência para as tecnologias computacionais. A propagação das tecnologias digitais por quase todas as partes da vida transformou a forma como compreendemos a natureza, a cultura e o tempo. Mas que futuros estamos a imaginar, ou a excluir, através destas experiências planetárias? Como é que passámos a ver a sobrevivência humana como fundamentalmente dependente das redes computacionais?
Esta conversa, em inglês, mapeia a ascensão deste "mandato de inteligência". Traçando genealogias a partir da inteligência artificial, finanças, arquitectura e arte, descreverei o modo como a computação ubíqua se tornou uma das lógicas dominantes do nosso presente (e, possivelmente, do nosso futuro) e com que consequências.
Entrada livre, mediante registo
A última sessão com a Professora de Ética e Tecnologia na Hertie School of Governance, Berlim Joanna Bryson que aborda os temas da Autoria, Agência, e Obrigação Moral realiza-se a 17 de Maio na Faculdade das Belas Artes.
Manuel Arriaga é professor universitário, autor de Reinventar a Democracia – 5 Ideias para um Futuro Diferente, um dos fundadores do Fórum dos Cidadãos e, mais recentemente, um dos impulsionadores do (ainda inexistente) partido FUTURO.
Pedro Magalhães é investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde desenvolve investigação na área da opinião pública e atitudes políticas, em particular as atitudes relativas à democracia.
Orit Halpern é Professora Universitária na Technische Universität Dresden, onde dirige a Cátedra de Culturas Digitais e Mudança Societal. O seu trabalho articula as histórias da ciência, computação e cibernética com o design. Doutorada pela Universidade de Harvard, foi investigadora visitante no Max Planck Institute for the History of Science, em Berlim, na IKKM Weimar e na Duke University. Atualmente, está a trabalhar em dois projetos: o primeiro é uma história da inteligência e da evolução; o segundo examina infra-estruturas extremas e a história da experimentação a escalas planetárias em design, ciência e engenharia. Publica regularmente em revistas como a Critical Inquiry, Grey Room, Journal of Visual Culture e E-Flux. O seu primeiro livro, Beautiful Data: A History of Vision and Reason (Duke UP 2015) investiga histórias de big data, design e governabilidade. O seu mais recente livro, com Robert Mitchell, The Smartness Mandate (MIT Press, 2023), é uma teoria e história do conceito de "inteligência", que interroga a relação entre computação, população, economia e governabilidade.