Para inscrição nas conversas:
Andrea Pavoni
Margarida Mendes
Joe Paton
Julia Steinberger
Human Entities 2019 (3ª edição)
Human Entities 2017 (2ª edição)
Human Entities 2016 (1ª edição)
Em inglês, as conversas realizam-se às Quintas-feiras no pátio do Palácio Sinel de Cordes, centro cultural dinamizado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa. A entrada é gratuita, mediante registo prévio e é obrigatório o uso de máscara.
E, no entanto, em todo o mundo vemos uma multitude de experiências e processos positivos onde governos locais, cidadãos, empresas e universidades se estão a juntar em torno de iniciativas inovadoras a nível local mas com potencial de relevância à escala nacional e global. No meio da crise actual, novas ideias estão a emergir em todo o lado.
Assim, talvez este seja também um tempo para atender ao próprio processo de mudança, embora sabendo que a transformação social envolve complexas configurações de atores. Em relação à tecnologia, embora seja difícil examinar tais configurações – pois, como sabemos, as estruturas através das quais vemos a tecnologia são em si mesmas tecnologicamente mediadas – podemos usar este tempo para parar e reconhecer o nosso próprio envolvimento na perpetuação de normas sociais e culturais insustentáveis.
Finalmente, neste estado de crescente incerteza, talvez possamos fazer uma pausa para considerar de que forma pode esta condição ser entendida como um factor para transformações positivas na sociedade, tecnologia, economia e no comportamento das pessoas. Apesar da sensação temporária que muitos de nós têm de estar presos no presente, talvez possamos também reflectir sobre como adoptar uma maior aceitação da incerteza, uma que nos permita avançar em direcção a futuros mais desejáveis.
CADA (Sofia Oliveira/Jared Hawkey)
Andrea Pavoni
É investigador no DINÂMIA'CET ISCTE-IUL, Instituto Universitário de Lisboa. Na intersecção entre a geografia crítica, teoria social e filosofia, a sua investigação explora a relação entre materialidade, normatividade e estética no contexto urbano. É editor da Law and the Senses Series (University of Westminster Press) e editor associado da revista Lo Squaderno, Explorations in Space and Society. O seu livro, Controlling Urban Events. Law, Ethics and the Material, foi editado na Routledge.
*Este evento foi antecipado 24h para 4.11.2020 devido às previsões meteorológicas.
Podemos traçar o perímetro exacto da cartografia molecular de um rio e estimar o alcance que as consequências destes sistemas de fluxo catalítico têm, dentro e fora dos corpos vivos? Os sistemas fluviais e infra-estruturas circundantes são enormes sistemas hidrogeológicos, químicos e electromagnéticos, que conectam habitantes e ecossistemas através de um fluxo irreverente de descargas e movimentos, que os seres humanos tentam domar através de direitos de caudal e projetos de restauração costeira. Deste modo, as infra-estruturas aquáticas e fluviais são pontos de partida essenciais para a análise de sistemas, e reflexão sobre os corpos e ecossistemas, da escala molecular à escala planetária. Tentando compreender a ligação entre caudal fluvial, ruído, toxicidade e industrialização, irei focar-me nos habitats do rio Mississippi e do rio Tejo, questionando de que forma o nível de ruído de fundo e o desequilíbrio químico podem estar ligados a perturbações endocrinológicas. Ao investigar a continuidade química e vibracional entre o corpo e o ambiente, especularei sobre como diferentes ontologias e mecanismos sensoriais poderão ser necessários para possibilitar um debate mais profundo sobre ecossistemas ameaçados.
Margarida Mendes
Margarida Mendes é curadora, investigadora e activista. A sua pesquisa ─ com enfoque no cruzamento da cibernética, filosofia, ecologia e filme experimental ─ explora as transformações dinâmicas do ambiente e o seu impacto nas estruturas sociais e no campo da produção cultural. Integrou na equipa curatorial da 11ª Bienal de Gwangju (2016), 4ª Bienal de Design de Istambul (2018) e 11ª Bienal de Liverpool (reagendado para 2021). Em 2019, lançou a série de exposições Plant Revolution! (CIAJG, Museo La Tertulia), que questiona o encontro interespécies explorando diferentes narrativas de mediação tecnológica, e em 2016, curou a exposição Matter Fictions, no Museu Berardo, publicando um livro na Sternberg Press. É consultora de ONGs ambientalistas que trabalham sobre a mineração no mar profundo e dirigiu também diversas plataformas educacionais, como escuelita, uma escola informal do Centro de Arte Dos de Mayo - CA2M, Madrid (2017); O espaço de projectos The Barber Shop em Lisboa dedicado à pesquisa transdisciplinar (2009-16); e a plataforma de pesquisa curatorial sobre ecologia The World In Which We Occur/Matter in Flux (2014-18). Margarida Mendes é doutoranda no Centre for Research Architecture, Visual Cultures Department, Goldsmiths University of London e colabora frequentemente com o canal online de vídeo reportagem Inhabitants-tv.org.
Joe Paton
Joe Paton, Ph.D., é um neurocientista computacional e director do Programa de Neurociência Champalimaud na Fundação Champalimaud em Lisboa e co-director do Curso de Formação Avançada em Neurociência Computacional da FENS-Cajal. Originalmente formado como biólogo, fez o seu doutoramento em Neurobiologia e Comportamento na Universidade de Columbia. O seu laboratório de investigação foca-se na compreensão dos algoritmos e mecanismos de circuitos neurais subjacentes ao comportamento inteligente e adaptativo.
Novos estudos de economia ecológica mostram que precisamos rapidamente de decrescer fisicamente as nossas economias para evitar os piores efeitos da ruptura climática. O crescimento verde pode ter sido, na melhor das hipóteses, um sonho, e na pior, uma narrativa concebida para atrasar a acção. O que significa isto para o bem-estar humano e a acção política?
Julia Steinberger
A Professora Steinberger investiga e ensina nas áreas interdisciplinares da Economia Ecológica e da Ecologia Industrial na Universidade de Lausana (anteriormente Universidade de Leeds). A sua investigação examina as ligações entre a utilização de recursos (energia e materiais, emissões de gases com efeito de estufa) e a performance societal (actividade económica e bem-estar humano). Está interessada em quantificar as ligações actuais e históricas entre utilização de recursos e parâmetros socioeconómicos, e identificar vias alternativas de desenvolvimento para orientar a transição necessária para uma sociedade de baixo carbono. Venceu o Prémio Leverhulme Research Leadership com o seu projecto de investigação 'Living Well Within Limits' que investiga como o bem-estar humano universal pode ser alcançado dentro dos limites planetários. Ela é autora principal do 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) com o Grupo de Trabalho 3.