Curator Adjunto: Miguel Santos
Organização: Ministério da Cultura de Portugal; Graça Fonseca, Ministra da Cultura
Comissariado: Direção-Geral das Artes; Américo Rodrigues, Director-Geral
Projecto Expositivo: depA architects
Recolha e Selecção de Conteúdos: depA architects
Instalação Audiovisual: Sofia Augusto
Design Gráfico: Inês Nepomuceno + Mariana Marques
A partir da exposição presente na Bienal de Arquitectura de Veneza em 2021, In Conflict propõe revisitar uma selecção de processos da arquitectura portuguesa em Democracia moldados por um amplo debate público entre os poderes políticos, a imprensa e a sociedade civil.
Pela primeira vez em Portugal, os conteúdos agora expostos no piso nobre do Palácio Sinel de Cordes dão notícia de sete processos mediáticos marcados por destruição material, deslocação social ou participação popular e que questionam simultaneamente a problemática do habitar e o arquitecto enquanto mediador.
Ao longo das salas do palácio, cada peça tridimensional inédita reflecte uma visão crítica dos arquitectos convidados sobre um projecto, enquanto cada mosaico de notícias da imprensa periódica sintetiza o envolvimento público nos processos. A partir destes sete casos, apresentam-se outros projectos com afinidades quanto à problemática, escala ou modos de acção. No seu conjunto, os processos testemunham a história de uma democracia que em 1974 enfrentou uma crise habitacional profunda e que hoje encara a persistência de alguns bairros informais, um crescimento especulado dos grandes centros urbanos e a desarticulação territorial do país.
Nestas salas, e ainda associados a cada processo, uma série de televisores transmitem instalações audiovisuais, editadas a partir de material de arquivo da RTP e de uma selecção de documentários e curtas-metragens dedicados aos sete processos. Na entrada do palácio, notícias actuais de Portugal são compiladas e afixadas, fechando um círculo de 47 anos até ao momento presente.
Em contraponto à exposição, e como reforço da ideia de espaço democrático, In Conflict promoveu um programa de debates realizados durante 2021 em Veneza, Porto, Lisboa e online. Estes nove eventos encontram-se disponíveis ao público na página inconflict.pt.
A cidade e o território são arenas de conflito, construções colectivas onde o dissenso – condição implícita à pluralidade do espaço democrático – dá forma à produção da arquitectura. Através da exposição e dos debates, In Conflict procura pensar o papel da arquitectura enquanto disciplina pública, política e ética, na expectativa de cumprir um futuro em comum.
A Representação portuguesa na Bienal de Veneza apresenta agora em Lisboa a sua reflexão sobre o espaço de debate público em torno da habitação, num catálogo em dois volumes. Publicado pela Circo de Ideias, o volume I centra-se nos processos que materializam a exposição e o volume II decorre do ciclo de nove debates e inclui ensaios críticos por parte de quem moderou os debates. De forma prospectiva, o evento amplia-se de seguida com um conjunto de apresentações de projectos de arquitectura relacionados com os mais recentes investimentos públicos em habitação, reunindo-se quatro primeiros prémio de concursos promovidos por autarquias e entidades públicas.
Concurso de Marvila, Lisboa
Autoria do Projecto: Atelier Embaixada + Axioma
Um amplo espaço público é elemento agregador de todo o projecto, que contempla um bloco de habitação linear, desenhado num delicado diálogo com o espaço envolvente e topografia e que contribui significativamente para a revitalização da área de Marvila.
Promotor do Concurso: SRU - Câmara Municipal de Lisboa
Concurso de Alcaniça, em Almada
Autoria do Projecto: Branco del Río Arquitectos
Os dois edifícios completam e organizam um vazio urbano, sublinhando a importância do espaço público através do desenho de um atravessamento pedonal. A dimensão bioclimática dos edifícios, revelada nas opções de projecto e solução construtiva, forma outro vector importante do projecto.
Promotor do Concurso: IHRU
Concurso de Lordelo do Ouro (edifícios A, B e C)
Autoria do Projecto: Francisco Amoedo Pinto, Francisco Pina, Maria Souto de Moura e Luís Caleiro
O diálogo entre os três edifícios cria uma dinâmica colectiva entre os volumes e uma aproximação morfológica e física à envolvente, de forma gradual, garantindo a fluidez do espaço público.
Promotor do Concurso: Câmara Municipal do Porto
Concurso de Lordelo do Ouro (edifícios D e E)
Autoria do Projecto: Atelier FMVS
O carácter excepcional de edifícios no parque constituiu um princípio importante na definição da proposta, desde logo na definição volumétrica que, com ajustes ao formato rectangular proposto no plano, alivia a tensão de um volume cartesiano para o integrar na organicidade da topografia e flora envolventes.
Promotor do Concurso: Câmara Municipal do Porto
No dia da inauguração da exposição, a equipa curatorial conduz-nos pelas sete casos de habitação escolhidos para discussão, projectos com afinidades na problemática, escala ou modos de acção, ilustrando-se o panorama nacional através da arquitectura.
Agora, logo e amanhã - como é?
1.° e 2.° ciclo
Se tiveres de mudar de casa, o que levas contigo, e o que deixas para trás? Como construir o nosso bairro todos juntos? E a cidade do futuro, como é?
A partir destas três dimensões - a minha casa, o meu bairro, a minha cidade - propomos encenar e confrontar situações desafiantes, possíveis geradoras de discordância ou conflito. Como abordá-las, ouvindo, argumentando e planeando?
Com desenhos e modelação, vamos identificar como construir melhor o ambiente de cada pessoa e o de toda a gente.
Com cordas ou diz «cordas»
3.° ciclo
A vivência de um espaço é palco de discussão. Constrói-se, destrói-se? Transforma-se?Após uma observação atenta e análise do espaço onde nos encontramos, propomos pensar sobre os problemas que apresenta e as possibilidades de o transformar que nos podem levar a encontrar soluções de conforto que sejam dignas e também mais justas e abrangentes. O debate encontrará lugar para pedidos à medida de cada pessoa, denúncias de situações, reivindicações e propostas de melhorias, que se transformarão em manchetes de páginas de um jornal improvisado a ser afixado nas paredes do espaço em questão.
Visita orientada
Secundário e universidades
Propõe-se uma reflexão crítica em diálogo sobre temas mediáticos que acompanham a nossa memória e a actualidade, a partir das 7 situações arquitectónicas e urbanísticas presentes na exposição.
A Representação Oficial Portuguesa na 17ª Bienal de Arquitectura de Veneza é organizada e comissariada pela Direção-Geral das Artes e tem como participantes: Alexandre Alves Costa, Alexandre Dias, Álvaro Siza, Ana Luísa Rodrigues, Artéria, Atelier Conceição Silva, ateliermob, Barbas Lopes Arquitectos, Bruno Silvestre, Carlos Castanheira, Cerejeira Fontes architects, Charles Cossement, Colectivo Wharehouse, Eduardo Coimbra de Brito, Egas José Vieira, Fernando Seabra-Santos, Francisco Pereira, Frederico Eça, Gil Cardoso, Habitar Porto, Inês Beleza de Azevedo, João Archer de Carvalho, João Figueira, João Pernão, João Siopa Alves, José Barra, José Gigante, José Lobo Almeida, José Miguel Rodrigues, José Neves, José Veloso, Laboratório de Habitação Básica (LAHB), Luís Mendes, Luís Miguel Fareleira, Luís Spranger, Manuel Graça Dias + Egas Vieira Arquitectos, Manuel Nunes de Almeida, Manuel Teles, Margarida Carvalho, Maria Vale, merooficina, Nuno Valentim, Paulo Moreira, Pedro Bandeira, Pedro Brígida, Rita Dourado, Rogério Ramos, Sérgio Fernandez, Tiago Baptista, Vítor Figueiredo.