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PTEN
Trienal de Arquitectura de Lisboa
Data
01 MAR 2019 - 31 MAR 2019
Participantes
Artistas:

Carlos Gomes; Fernando Ramalho; Luísa Ferreira, Patrícia Portela, Tânia Moreira David; Valter Vinagre


Equipa
Curadoria: Ana Jara, Joana Braga

Fernando Ramalho

Matéria para Escavação Futura

Residência

Com curadoria de Joana Braga e Ana Jara, este é um projecto que procura convocar e reconfigurar a experiência da cidade contemporânea através de formas de pesquisa e práticas artísticas e críticas, problematizando as suas múltiplas dimensões – espacial, temporal, material, visual, sonora, relacional, estética, política, cultural, social e imaginária − bem como as fracturas, tensões e violências que indelevelmente a atravessam.


Esta residência artística propõe-se como um lugar de escuta e atenção a Lisboa, numa altura em que a cidade se metamorfoseia, integrando a necessidade de criar de si mesma uma imagem reconhecível e atractiva para o investimento global, onde a violência imobiliária e a precariedade da vida quotidiana afectam os espaços que a compõem e a vida dos seus habitantes. Tem como base a pesquisa e prática associada à criação de dois percursos performativos da autoria de Joana Braga. 

Proposta curatorial

A proposta curatorial apresenta um conjunto de práticas de atenção que têm como mote três vertentes conceptuais, a partir das quais se escuta e pensa a cidade: «Cidade-Imagem», «Quinta-Fachada» e «Limiar».

A «Cidade Imagem» propõe uma reflexão sobre o modo como as cidades são recorrentemente desenhadas e moldadas para se tornarem em imagens que representam os regimes políticos que as governam, mas também sobre o modo como outros imaginários, diversos e conflituantes, mantêm sempre a capacidade de gerar imagens distintas, visíveis em pedaços específicos do tecido urbano, nas memórias e imaginários dos seus habitantes e em múltiplas práticas artísticas.

A «Quinta Fachada», definida pelas superfícies e espaços das coberturas e terraços, propõe uma reflexão sobre este objecto paradoxal, exemplar das tensões e contradições que caracterizam a cidade.

O «Limiar» lança um olhar sobre a coexistência de diferentes usos e modos de ocupação do espaço urbano, e sobre formas distintas, menos visíveis, de fazer a cidade. Ao contrário do que as imagens dominantes procuram mostrar, a cidade não constitui um sistema homogéneo de funções e estruturas, mas uma rede tecida por descontinuidades através das quais se insinua a presença do outro, expressa por meio de práticas distintas e, muitas vezes, conflituantes.

Processo colaborativo e micro-residências

A partir e ao longo de um processo de pesquisa colaborativa que toma a forma de micro‑residências para o ensaio e a experimentação, cria-se uma constelação de objectos e eventos artísticos.

A primeira série junta artistas portugueses de diferentes áreas artísticas e realizou-se no Palácio Sinel de Cordes ao longo dos meses de Março e Abril de 2019. Nestes encontros de trabalho e discussão colectiva, entre artistas e curadoras, os três conceitos (cidade-imagem, quinta fachada e limiar) são debatidos, criticados e experimentados.

Adicionalmente, realizam-se caminhadas colectivas a partir de rotas previamente desenhadas e reajustadas ao longo dos encontros, atravessando a zona oriental de Lisboa em torno das freguesias do Beato e de Marvila. 

Exposição

O Palácio Sinel de Cordes acolhe a exposição Matéria para Escavação Futura a 27 de Abril 2021 que propõe-se a experimentação de um percurso pelas geografias corporalizadas pelo conjunto de obras criadas a partir das micro-residências artísticas. Deste modo, a terá um carácter intermedial, apresentando peças em media e suportes diversos.