Sábado, 11:00 - 20:00
Após uma apresentação em Nova Iorque no Center for Architecture, na Primavera de 2019, a exposição chega agora a Lisboa.
Natural de Tarnawce, uma pequena aldeia na parte oriental da Polónia, Grabowska-Hawrylak foi estudar arquitectura para Wrocław em 1945, a cidade que até esse ano fora a alemã Breslau e que sofreu danos consideráveis durante a guerra. Como participante essencial na reconstrução de Wrocław no pós-guerra, a arquitecta é responsável por um trabalho de patchwork que deu uma nova unidade ao tecido rasgado da cidade.
Com uma extensa carreira que abrange grande parte da segunda metade do século XX, encontramos nesta exposição projectos que descrevem um arco temporal de 1954 a 1993. Da participação na reconstrução de Wrocław aos desenhos modernistas dos anos 1960-70 e à estética pós-moderna que adopta nos seus trabalhos mais tardios, nos anos 1980-90, a obra da arquitecta reflecte as sucessivas mudanças culturais e políticas da Polónia.
Grabowska-Hawrylak é conhecida pelo enorme e escultural complexo habitacional de Wrocław popularmente conhecido como Manhattan. Concluído em 1976, o emblemático projecto tornou-se num símbolo das aspirações da cidade. O seu corpo de trabalho também inclui muitos exemplos de desenho excepcional: escolas dos anos 1950, um edifício maisonette com apartamentos duplex na baixa da cidade ou um centro urbano futurista, entre outros.
Apesar das mudanças nas tendências da arquitectura, este patchwork costurado em Wrocław permanece até hoje uma das suas facetas mais interessantes, e continua a ocupar um lugar importante no imaginário colectivo de quem habita e visita a cidade.
«Cada edifício conta uma história. Ao longo de cinco décadas, o Museu de Arquitectura de Wrocław apresentou essas histórias de forma consistente, num esforço para compreender o que é preciso para fazer boa arquitectura e como a arquitectura é influenciada pela vida e vice-versa», afirmam a curadoria de Michał Duda e Małgorzata Devosges Cuber.
Patchwork apresenta 24 obras construídas e não construídas (ou especulativas) de Grabowska-Hawrylak, e uma maquete de Manhattan, a sua obra mais famosa, ergue-se no foyer do Palácio Sinel de Cordes.
Aproveitando a presença de Michał Duda, curador da exposição, convidámos Magda Seifert e Pedro Baía, que recentemente lançaram um inédito guia de arquitectura brutalista no Porto, através da sua editora Circo de Ideias, para uma conversa ao final da tarde.
A partir da retrospectiva Patchwork e de uma proposta de identificação de arquitectura brutalista em Portugal, vamos procurar entender melhor estes edifícios de desenho peculiar em betão aparente. A conversa tem lugar ao ar livre, no pátio da Trienal.
Temos disponíveis, à entrada da exposição, desafios no formato de fichas pedagógicas para as crianças fazerem durante a visita à exposição.
Oficina Pastiche
Uma cidade faz-se de colagens de formas, cores e elementos que se repetem e se multiplicam com criatividade e originalidade. Surgem caras em casas e desenhos em terra, em Lisboa, Wrocław ou Nova Iorque, traçados por especialistas e um pouco por todos nós. Vem ajudar a projectar a tua cidade.