Alberto Souza Oliveira (arquitecto)
Câmara Municipal de Lisboa (promotor)
Uma obra de arquitectura modernista, o Capitólio tem um estilo internacional, uma estética racional, e uma recusa do ornamento arquitectónico. Este projecto de Cristino da Silva, inaugurado em 1931, visava a construção de uma grande sala de espectáculos sobre a qual se dispunha um rasgado terraço, aberto à população da cidade. A grande sala comunicava, lateralmente, para o exterior, através de três grandes painéis envidraçados, correspondentes a cada alçado. Em 1936, o edifício é adaptado ao cinema sonoro, com a instalação de um balcão e dois foyers laterais, obra que o vem descaracterizar.
A alteração visou a reposição parcial das suas características de 1931, ou seja: supressão das obras de 1936, repondo a sua grande sala e reabilitando o edifício, melhorando o seu desempenho, e atingindo uma versatilidade compatível com as novas exigências da produção contemporânea de espectáculos. O que significou ampliar a capacidade de uso, conferindo ao edifício um apetrechamento técnico acrescido. A depuração estética de todo o edifício exigiu compatibilizar meios mais “pesados”, decorrentes das instalações técnicas, com a própria “leveza” e simplicidade do edificado.
Pedro Lagrifa Carvalhais de Oliveira (arquitecto)
Universidade de Lisboa (promotor)
A proposta entende a requalificação do edifício repondo as suas características originais, retirando das fachadas e da cobertura os elementos que o descaracterizaram ao longo dos anos. Simultaneamente, foi feita uma reorganização espacial no interior adequando o edifício às suas novas funções, segundo duas áreas distintas: comercial e académica. Estes espaços, desenham-se a partir de uma matriz hexagonal, revelando a estrutura e abrindo-se ao jardim. O acesso principal ao Centro Académico faz-se sob a pala, que marca a entrada e materializa um novo espaço de átrio exterior com ligação ao jardim, e zona de esplanada sobre o lago. Este novo elemento prolonga a sombra do interior para o exterior e estabelece o novo momento do edifício; uma varanda sobre o lago, lugar de passagem e contemplação.
Amanda Jane Levete (arquitecta)
Fundação EDP (promotor)
Em comunicação com a Central Tejo através de um jardim pensado pelo arquitecto paisagista Vladimir Djurovic, este novo museu tem quatro espaços expositivos: Galeria Oval, Galeria Principal, Video Room e Project Room, num total de cerca de 3000 m². A diversidade de programas e de espaços exploram a convergência da arquitectura, tecnologia e arte contemporânea como um campo de prática cultural, que acomoda um programa transdisciplinar de exposições, eventos públicos e envolvimento com a comunidade. Inspirado pelo rico património material de Lisboa, a calçada portuguesa é subtilmente reinterpretada aos nossos pés e usada para fundir os novos espaços públicos (mais de 7000 m²) com a textura existente das ruas da cidade.
Para o ano de 2016, o júri foi constituído pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina, pela Vereadora da Cultura, Dr.ª Catarina Vaz Pinto, pelo Vereador do Urbanismo, Arq. Manuel Salgado, e por representantes da Academia de Belas-Artes, Arq. Francisco Berger, da Ordem dos Arquitectos, Arq. Cândido Chuva Gomes e da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, Arq. João Pardal Monteiro. Os textos sobre as obras foram elaborados a partir das memórias descritivas enviadas pelos autores/arquitectos.
Álvaro Siza com Carlos Castanheira (arquitectos)
Câmara Municipal de Lisboa (promotor)
O Plano de Ligação do Pátio B ao Largo do Carmo e Terraços do Carmo começou como um todo. Foram realizados acordos e protocolos importantes e fizeram-se estudos. O trabalho foi dividido em duas partes: uma correspondente à ligação do Pátio B ao Largo do Carmo e outra aos Terraços do Carmo.
O plano aprovado pelas várias entidades, pouco diverge da ideia inicial e definida no Plano da Zona Sinistrada do Chiado. Foram realizadas adaptações resultantes de novas premissas e de um melhor conhecimento da realidade. O percurso é o mesmo e permite a descida até à Rua do Carmo ou Rua Garrett desde o Largo do Carmo, por meio de rampas, escadas e também por elevador público incorporado na recuperação do Edifício Leonel, que suporta parcialmente o acesso, em ponte, desde e para o Elevador de Santa Justa.
Foi alargada a área de intervenção junto ao edifício conhecido por Palácio Valadares ou Escola Veiga Beirão, criando urbanidade, permitindo outros percursos, maior vivência. Seguiram-se mais estudos para a realização dos projetos de execução, demolições das construções dos Terraços do Carmo e a segunda fase do trabalho. Complexo de procuras, dificuldades e encontro de soluções.
Ana Mafalda Sequeira Batalha (arquitecta)
Terraquinta, Gestão e Administração de Património Imobiliário SA (promotor)
O edifício desenvolve-se em quatro pisos sobrepostos. O piso térreo distribui-se a duas cotas diferentes: a sala de estar comunica com o terreno à cota mais baixa, e a sala de jantar, cozinha e biblioteca, à cota mais alta. O requisito da casa encerrar completamente, serviu de base para o desenho das portadas integradas nas paredes e do revestimento da fachada. Foi escolhido o aço corten, pela sua durabilidade e resistência, e porque o seu aspecto reforça a relação com o terreno. Nos dois pisos superiores, a construção é em betão branco à vista, sendo as aberturas recuadas e protegidas. A tipologia de dois corpos que se relacionam através de níveis intermédios permitiu que o edifício respondesse ao programa proposto, não assumindo no entanto uma presença imponente, mas, pelo contrário, integrando-se no terreno.
Paulo Mendes da Rocha, Bak Gordon e João Ferreira Nunes (arquitectos)
DGPC (promotor)
Este novo museu adopta um critério centrado na ideia da preservação definitiva, do tesouro guardado, e a um só tempo visitado. Arte e técnica em constante andamento. Exposições e oficinas, cenários que mudam. Som e imagens virtuais associadas aos artefactos originais. A construção está proposta de modo dual: pavilhão principal, com a sua nave suspensa para as exposições; e um anexo, com recepção, administração, restaurante, auditório, serviço educativo e que ampara estrategicamente a tomada, em rampas, para a passagem pública de pedestres e ciclável até ao Tejo.
Para o ano de 2015, o júri foi constituído pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina, pela Vereadora da Cultura, Dr.ª Catarina Vaz Pinto, pelo Vereador do Urbanismo, Arq. Manuel Salgado, e por representantes da Academia de Belas-Artes, Arq. Francisco Berger, da Ordem dos Arquitectos, Arq. Cândido Chuva Gomes e da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, Arq. João Pardal Monteiro.
João Pedro Falcão de Campos e Gonçalo Byrne (arquitectos)
Banco de Portugal (promotor)
Salvaguardando as condições necessárias ao funcionamento da instituição, o projecto teve como objectivo abrir o edifício à cidade. O espaço público das praças do Município e de São Julião prolonga-se na sequência espacial da antiga igreja e estende-se até ao saguão, transportando a luz. Define-se assim um claro eixo longitudinal, complementado por escadas e elevadores, que estrutura todo o edifício, ordenando os seus usos e percursos.
A arqueologia assume um papel activo no processo de intervenção, revelando e recolhendo os fragmentos de sucessivos estratos de ocupações do local, que remontam ao séc. I d.C., mas também informando as decisões de projecto; em particular, a proposta de um núcleo museológico incorporando o troço da muralha de D. Dinis, património nacional posto a descoberto com os trabalhos. A artista plástica Fernanda Fragateiro colaborou na concepção das cortinas em seda pura, que delimitam o espaço da igreja e corrigem a sua acústica.
Luís Maria Belo Rebelo de Andrade (arquitecto)
Sigma Pax Investimentos, SA (promotor)
Este edifício de linhas vincadamente modernas, não se confunde de todo com a arquitectura circundante, e ao mesmo tempo consegue não destoar. Com quatro pisos, esta habitação é revestida com um jardim vertical composto por cerca de 4.500 plantas, todas elas de variedades ibéricas ou mediterrânicas. Por dentro, a escada de tiro perpassa todos os pisos até à cobertura. O recorte da cobertura sobre o vão da escada oferece ao interior luz abundante que banha os três pisos. O último piso do edifício compreende uma piscina desenhada longitudinalmente.
Daniela Hermano e João Carrasco (arquitectos)
Câmara Municipal de Lisboa (promotor)
Este monumento insere-se num tecido urbano de matriz pós-pombalina, implantado na encosta da Colina do Castelo. Museu in situ, deve ser entendido como um contínuo de vestígios, composto por percursos museológicos em campo arqueológico, sem condicionar a malha urbana existente. A concepção unifica um conjunto edificado, composto por um edifício pós-pombalino, que integra a recepção, com acesso ao terraço e à antiga Casa de Fresco. Daqui tem-se uma vista privilegiada sobre o campo arqueológico, a norte, e o rio Tejo, a sul. Um nível inferior introduz-nos num edifício de arquitectura industrial, que corresponde a um piso em mezanino acrescentado nos inícios do séc. XX e que se sobrepõe ao piso inferior, denominado por nave central expositiva, que acolhe a maioria dos achados arqueológicos.
Para o ano de 2014, o júri foi constituído pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina, pela Vereadora da Cultura, Dr.ª Catarina Vaz Pinto, pelo Vereador do Urbanismo, Arq. Manuel Salgado, por personalidade nomeada pelo Presidente da Câmara, Arq. Sérgio Melo e por representantes da Academia de Belas-Artes, Arq. Francisco Berger, da Ordem dos Arquitectos, Arq. Cândido Chuva Gomes e da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, Arq. João Pardal Monteiro.
Frederico Valsassina, Manuel Aires Mateus e João Ferreira Nunes (arquitectos)
SimTejo (promotor)
Na operação de modernização da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcântara impunha-se a criação de uma cobertura que promovesse a preservação ambiental. O programa previa ainda dois edifícios de serviços, a situar ao lado da ETAR: um de monitorização da Estação, outro para servir de sede à empresa pública responsável.
No projecto, sobrepõem-se estes programas: tapa-se a ETAR com uma “cobertura espessa”, habitável, que contém todo o programa de serviços necessários, as circulações e os seus apoios. Numa relação de escala territorial, esta cobertura ajardinada prolonga as encostas verdes do vale de Alcântara, ajudando assim a diminuir o impacto provocado pelas infra-estruturas viárias na zona.
Na espessura da cobertura integra-se a construção. Modelando as pendentes, criam-se condições de habitabilidade e hierarquias entre os espaços. Nas vias, rasga-se a cobertura, ventilando e iluminando, mas nunca expondo. As áreas administrativas definem-se por um muro limite, um vidro e alguns volumes soltos, que albergam funções secundárias, separando as circulações internas dos espaços de trabalho.
João Luís Carrilho da Graça (arquitecto)
Novasede – Actividades Imobiliárias, SA (promotor)
Os espaços de trabalho desenharam-se luminosos, organizados em volta de um pátio habitado por vegetação, abrindo-se ao exterior numa relação mediada por grandes vãos, com diversas possibilidades de ensombramento e ocultação. As fachadas negras – onde os vãos se abrem como óculo durante o dia, e farol à noite – afirmam-se no contexto de um loteamento “tecnológico” incompleto, que os terrenos vagos ajudam a amenizar.
José Mateus (arquitecto e promotor)
Desenhada pelo arquitecto para a própria família, a natureza desta casa resulta de uma reflexão sobre temas identitários da arquitectura lisboeta, numa tipologia recorrente de lote com seis metros de largura por 15 de profundidade, rematado por um pequeno jardim nas traseiras. Trata-se de um edifício de cinco pisos com duas fachadas radicalmente diferentes: a “pública“ em pedra de lioz branco e a das traseiras em vidro, ligadas por um mundo interior em betão aparente pontuado pela presença de elementos em madeira de bétula. A estrutura de betão, constituída por apenas três planos - duas empenas e uma lâmina transversal - é pensada e totalmente exposta para definir o essencial do espaço da casa.
José Adrião (arquitecto)
Câmara Municipal de Lisboa (promotor)
O edifício original apresentava diferentes problemas estruturais e escassas condições para habitar. De modo a adaptar o espaço existente ao novo programa público, optou-se por demolir o interior do edifício e preservar o seu exterior mantendo a sua forte identidade urbana. O acesso ao café/restaurante – espaço principal do equipamento – faz-se directamente a partir do espaço público através de uma escadaria, que funciona simultaneamente como zona de estar exterior. A sala principal tira partido da máxima altura interior disponível atingindo um pé-direito de 6,50 metros. No piso térreo estão situadas todas as zonas técnicas do programa, tais como cozinha, instalações sanitárias e arrumos.
Para o ano de 2013, o júri foi constituído pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina, pela Vereadora da Cultura, Dr.ª Catarina Vaz Pinto, pelo Vereador do Urbanismo, Arq. Manuel Salgado, por personalidade nomeada pelo Presidente da Câmara, Arq. Sérgio Melo e por representantes da Academia de Belas-Artes, Arq. Francisco Berger, da Ordem dos Arquitectos, Arq. Cândido Chuva Gomes e da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, Arq. João Pardal Monteiro.