Locais: Pavilhão de Portugal, Cordoaria Nacional, Fundação EDP e Cascais (Praça 5 de Outubro)
Vazios Urbanos, focou-se em fenómenos de rarefacção ou de ruptura urbana gerados por processos de decadência e degradação física e social de áreas das cidades. Estes espaços sendo expectantes, mais ou menos abandonados, mais ou menos delimitados no coração da cidade tradicional, ou mais ou menos indefinidos nas periferias difusas. São manchas de “não-cidade”, espaços ausentes, ignorados ou caídos em desuso, alheios ou sobreviventes a quaisquer sistemas estruturantes do território. As exposições apresentadas dividiram-se por quatro pólos, em quatro espaços: no Pavilhão de Portugal, na Cordoaria Nacional, na Fundação EDP e na cidade de Cascais.
O Pavilhão de Portugal, da autoria de Álvaro Siza, construído na altura da Expo 98, foi o principal, 1º pólo e sede da Trienal de 2007, recebendo cinco exposições diferentes: “Portugal”, “Países”, “Paisagem”, “Arquitectos Convidados”, e “Universidades”. A Cordoaria Nacional, funcionava como 2º polo, e recebeu a exposição “AMP/AML XXI” e “Promotores e Produtores”. O 3º pólo foi colocado na Fundação EDP, e recebeu o Ciclo Arquitectura e Música, no espaço da Central Tejo. E finalmente, o 4º pólo foi em Cascais, com a exposição Cascais XXI.
Na Cordoaria Nacional instalaram-se exposições que deram a conhecer os vazios urbanos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com especial enfâse no projecto e construção de espaço público. A exposição “AMLXXI” foi comissariada por Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, e “AMPXXI” por Ana Vieira e Nuno Sampaio. Na Cordoaria também a exposição “Promotores e Produtores”, comissariada por João Manuel Alves e João Costa Ribeiro.
No pólo 3, na Central Tejo da Fundação EDP, foi dinamizado um ciclo de Arquitectura e Música. E finalmente no pólo 4, através de uma parceria com a Câmara Municipal de Cascais, foi realizada uma exposição intitulada, “Cascais XXI”, instalada num edifício junto aos Paços do Concelho, na Praça 5 de Outubro, e que reunia uma selecção de 50 projectos e obras, públicas e privadas, produzidas neste século no concelho de Cascais, comissariada por Fernando Martins e Paulo Jorge Fonseca.
Para além dos pólos expositivos, existiram também intervenções pela cidade (comissariadas por Ricardo Aboim Inglez e Pedro Bandeira), e Extensões, ou seja, iniciativas de carácter cultural promovidas por entidades exteriores à Trienal, mas que são integradas no programa do evento. Mas também uma série de conferências internacionais, um lounge e a promoção de cinco concursos. No total, esta primeira edição da Trienal, mobilizou cerca de 52 000 pessoas, entre participantes e visitantes.
As conferências desenrolaram-se no Teatro Camões, entre os dias 31 de Maio e 2 de Junho, tendo como comissários Paulo Martins Barata (ETH Zurich), Luis Fernández-Galiano (ETSA Madrid) e Luís Tavares Pereira (Princeton University), cada uma das sessões desenrolava-se a volta de um tema, e a conversa entre os especialistas era orientada por um moderador: “Redefinir o Centro”, Luis Fernández-Galiano (moderador), com Richard Sennett (Professor, LSE), Eduardo Souto de Moura (Souto de Moura Arquitectos, Porto) e Jean Nouvel (Ateliers Jean Nouvel, Paris); “Realidade e Cenografia”, Paulo Martins Barata (moderador), com Peter Märkli (Peter Märkli Architekten, Basileia), Mark Wigley (Dean and Professor, Columbia University, Nova Iorque) e Steven Holl (Steven Holl Architects, Nova Iorque); “Formas de Cosmopolitanismo”, Kenneth Frampton (moderador), com Elizabeth Diller (Diller and Scofidio + Renfro, New York), Alejandro Zaera-Polo (Foreign Office Architects) e João Pedro Serôdio (Serôdio Furtado Arquitectos, Porto); “Fluxo e Permanência”, Nuno Grande (moderador), com Françoise Choay (Professor de Urbanismo, Paris I et VIII) e Francisco Mangado (Arquitecto, Pamplona), “O Centro da Periferia”, Kurt W. Forster (moderador), com Bjarke Ingels (BIG Architects, Copenhague), Manuel Graça Dias (Contemporânea, Lisboa) e Emilio Tuñón (Mansilla+Tuñón, Madrid); “Cidades Instantâneas, Centros Instantâneos?”, Diogo Lopes (moderador), com Saskia Sassen (Ralph Lewis Professor de Sociologia, University of Chicago), Kazuyo Sejima (SANAA, Tokyo) e Jacques Herzog (Herzog & de Meuron Architekten, Basileia).
A equipa de curadoria era vasta e incluía nomes como João Belo Rodeia (comissário científico), Jorge Figueira e Nuno Grande (“Europa, Arquitectura Portuguesa em Emissão”), José́ Mateus, Luís Tavares Pereira (Exposição Países), Cláudia Taborda e Catarina Raposo (Exposição Paisagem, “Lugares e Transferência: espaço, ideologia e acção”), José́ Mateus (Exposição Arquitectos Convidados), e José Adrião e Ricardo Carvalho (Exposição Universidades, “Lugares em Espera”).