As propostas seleccionadas para a Representação Portuguesa
A Representação Oficial Portuguesa para a 17ª edição intitulada In Conflict, dá a conhecer as propostas de debates seleccionadas a partir do Open Call que decorreu de 14 de Maio a 30 de Agosto de 2020. O atelier portuense depA em conjunto com um júri do qual fizeram parte Fernanda Fragateiro, Jorge Carvalho, Anna Puigjaner, Moisés Puente, António Brito Guterres e Ana Jara, escolheu seis projectos de autoria de diferentes nacionalidades. Com abordagens multidisciplinares terão lugar ao longo da Bienal, no triângulo geográfico de Lisboa, Porto e Veneza, bem como online.
Na qualidade de parceira institucional de In Conflict, a Trienal de Arquitectura de Lisboa acolhe as duas sessões de debates que se realizam em Lisboa, integrando na programação regular do Palácio Sinel de Cordes onde está sediada. Paralelamente, apoiou toda a divulgação desta chamada de propostas para o ciclo de debates que acompanham a reflexão em torno da habitação materializada numa exposição. Desde 2010 que a Trienal tem sido convidada a participar nas representações oficiais, da qual se destaca Homeland | News from Portugal' (14ª Exposição Internacional de Arquitectura, La Biennale di Venezia, 2014) e com a exposição No place like - 4 houses, 4 films apresentada na Universidade Ca’ Foscari (12ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, 2010).
Sinopse In Conflict
A cidade e o território, como construções colectivas, são a primeira arena de conflito, entendido enquanto acção de forças de sentidos opostos que se traduz em dissenso. Esta condição, implícita à pluralidade do espaço democrático, dá forma à produção da arquitectura. In Conflict responde directamente à pergunta How will we live together? – lançada por Hashim Sarkis, curador da Biennale Architettura 2021 –, aprendendo com processos, caracterizados pelo conflito, que questionam a problemática do habitar nas suas dimensões física e social. A resiliência e a reflexão pública transformam estes processos vivos (ainda sob agitação) em aprendizagem, sublinhando a acção e poder políticos da arquitectura. Relembrando o relato de Portugal ensaiado no filme Non, ou a Vã Glória de Mandar por Manoel de Oliveira, propõe-se assim uma visão construída a partir de um conjunto de lutas, ainda por superar.
Caring Assemblies: positions on a space-to-come
Organização: Bartlebooth - Antonio Giráldez Lopez, Pablo Ibáñez FerreraBartlebooth é uma plataforma editorial e de investigação que examina a prática espacial contemporânea, tendo a arquitectura como núcleo de onde partem as suas publicações. Foi criada na Corunha (Espanha) em 2013, por Antonio Giráldez López & Pablo Ibáñez Ferrera e estºa actualmente sediada em Madrid. Desde a sua criação, publicou seis números que contam com a participação de mais de noventa colaboradores de várias disciplinas. O seu trabalho tem sido premiado em vários eventos internacionais, pela Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Urbanismo (2019), a XIV Bienal Espanhola de Arquitectura e Urbanismo (2018), e a Arquia/Proxima: Practicas Relevantes (2018). A plataforma integrou o Pavilhão de Espanha na 16ª Bienal de Arquitectura de Veneza (2018) e foi seleccionada para integrar a Future Architecture Platform. As suas edições têm feito parte de exposição em Madrid, desde 2016 e levadas até conferências e debates pela Europa fora.
Veneza Struggle within Conflict
Organização: Francisco Calheiros, Maria Cristina TrabuloFrancisco Calheiros (Porto, 1990) formou-se em arquitectura pelas Universidades do Porto e Autónoma do México, com a tese Delirious D.F. (Cidade do México): Narrações do caos através da práxis urbana. Estagiou com Fernando Romero (Cidade do México) em 2012, colaborando mais tarde com o Colectivo Murmuro (2015-2017) e com o atelier depA (2017-2018). Em 2019, inicia a sua prática independente e é. membro activo do MTA (Movimento dos Trabalhadores da Arquitectura), fundado nesse mesmo ano.
Maria Cristina Trabulo (Porto, 1989) Artista e investigadora portuguesa, vive e trabalha no Porto, onde desenvolve uma prática que deriva predominantemente do potencial activista e intervencionista da obra de arte e do artista na sociedade. O seu trabalho é marcado por uma abordagem interdisciplinar no universo da arte, da ciência e da tecnologia, tendo desenvolvido projectos em colaboração com as comunidades locais e profissionais de outros campos científicos e artísticos. Formada em Belas Artes do Porto, na Academia das Artes da Islândia e na Universidade de Viena, Maria Cristina tem exposto em diversos países. Distinguida com prémios, tem participado regularmente em debates e residências artísticas.
Porto Public Housing - No Silver Bullet
Organização: Samuel de Brito GonçalvesSamuel de Brito Gonçalves (Arouca, 1988) formou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto em 2013. Colaborou com o atelier chileno Elemental, de Alejandro Aravena, e fundou a sua prática em 2015, de regresso a Portugal. Ao longo dos últimos cinco anos, a Summary, sediada na UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto) tem sido responsável por projectos de diferentes escalas, entre os quais a concepção do sistema de construção Gomos, finalista para o Prémio Nacional das Indústrias Criativas (2015). O atelier estabeleceu cooperações com a comunidade educativa e académica global, desenvolvendo uma exposição virtual e imaterial sobre arquitectura pré-fabricada, através de uma investigação intitulada The Reason Offsite, exposta em países da Europa e nos EUA. Participou na exposição principal na La Biennale di Venezia 2016 (Reporting from the Front), com a instalação original "Infrastructure- Estrutura-Arquitectura". Em 2017, foi distinguido com o prédio Red Not e finalista no concurso YAP, promovido pelo museu italiano MAXXI em parceria com o MoMA. Em 2018, Samuel foi seleccionado pelo prémio 40 under 40 - European Design Award.
Lisboa Instante City: emergency housing, refugee camps, forced mobility in a pandemic world
Organização: Bernardo Amaral, Carlos Machado MouraCarlos Machado Moura fez o seu percurso académico na Faculdade de Arquitectura do Porto, concluindo o doutoramento em 2015. Enquanto arquitecto exerce actividade com o atelier Mavaa, tendo colaborado com a agência pública italiana Urban S.p.A. (2007-09). Leccionou na Universidade de Florença (2009/10), foi autor dos livros Casas Quinhentistas de Castelo Branco (CMCB/Argumentum, 2008) e Vistas de Edifícios (Circo de Ideias, 2017) e foi membro da equipa editorial do J-A Jornal Arquitectos (2016/19). Foi curador adjunto do Open House Porto 2016 e da exposição Physics of Portuguese Heritage (DGPC, 2019). Actualmente colabora com panoramah!® e é membro da COST Action 18126 Writing urban places (2019/23) e investigador do projecto (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture (CES-UC, 2018/21).
Bernardo Amaral, formado pela Faculdade de Arquitectura do Porto (2005), Bernardo Amaral colaborou com ateliers no Porto, Paris e Macau, estabelecendo-se na invicta em 2008. Tem dedicado grande parte da sua actividade à reabilitação com o atelier Baau, com destaque para a Casa do Pinheiro, vencedora da menção honrosa do Prémio João de Almada (2012) e para o bairro de São Vítor, uma ilha portuense. Paralelamente, é orador em conferências e workshops, dedicados a questionar a relação entre design e processo construtivo, bem como o papel da arquitectura em contextos sociais. Está actualmente a fazer doutoramento pela Universidade de Coimbra, sobre relações de produção e metodologias de trabalho das práticas actuais de arquitectura que recuperam um compromisso social e político.
Debating Lisbon’s Future Housing
Organização: Gennaro Giacalone, Margarida Leão, João RomãoGennaro Giacalone (1993) Formado em Arquitectura pelo Politécnico de Milão (2018), escreveu uma tese sobre o impacto social e arquitectónico da turistificação em Lisboa. Tem colaborado com Roberta Pellè, sendo também autor do artigo Possíveis estratégias para quebrar a ligação entre requalificação urbana e gentrificação em colaboração com Roberta Pellè e Luís Mendes. Actualmente trabalha com a Haje Arquitectos em Lisboa.
João Romão (1993) Formado pela Faculdade de Arquitectura de Lisboa em 2020, fez o primeiro ano de mestrado na Universidade FAU de São Paulo, desenvolvendo uma tese sobre habitação flexível e mercado imobiliário. Em 2014, foi co-fundador do Atelier Angular e trabalhou, entre 2017 e 2019 em colaboração com Carlos Aragão e João Pombeiro. Em 2019 desenvolveu o Projecto de Protesto de Oficina, em co-autoria com Hugo Jammes.
Margarida Leão (1990) Formada pela Faculdade de Arquitectura de Lisboa (2015), completou o primeiro ano de mestrado na Universidade FADU (Buenos Aires), desenvolvendo uma tese sobre arquitectura como um instrumento de afirmação política. Iniciou a sua prática profissional em 2016 como colaboradora na PLCO e Ventura Trindade Arquitectos. Durante os últimos anos, trabalhou na Suíça com Stefan Wülser, Nicolaj Bechtel e Didier Balissat.
Lines of Violence
Organização: Patrícia RobaloPatrícia Robalo Formada pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, colaborou em ateliers de Lisboa e nos De Blacam and Meagher architects em Dublin, fundando mais tarde a sua prática própria, Muta. Com base na investigação de doutoramento que desenvolve na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto sobre a construção contemporânea da área metropolitana de Lisboa, tem escrito artigos e participado em debates, mesas redondas, conferências. Criou ou integrou projectos de divulgação e debate da cultura arquitectónica e urbana, entre eles a ocupação da galeria da sede da Ordem dos Arquitectos com a exposição Ecos da Contemporaneidade do Espaço Urbano, Outra Lisboa como Projecto Associado da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016 e assumiu a curadoria do Open House Lisboa 2019.
O calendário do ciclo de debates In Conflict que combina eventos online e presenciais vai ser anunciado em Dezembro 2020.