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PTEN
Trienal de Arquitectura de Lisboa
Data
26 MAI 2023
Local
Palácio Sinel de Cordes
Preço
livre
Edição
1.ª
Participantes
Ajda Bračič, Tevi Allan Mensah, Graça Castanheira, Pedro Tropa, Tatiana Macedo
Co-Produção
LINA

© Inês Santos

Periple Duet

Apresentação

Esta é a primeira edição do Periple Duet, um ciclo de residências em movimento onde a Trienal convoca duas figuras emergentes da rede LINA para criar um itinerário e um tema que una a cidade onde vivem com Lisboa.

Ajda Bračič e Tevi Allan Mensah regressam agora ao Palácio Sinel de Cordes para apresentar a sua experiência de percorrer mais de 20 cidades em meios colectivos de transporte terrestre, sobre carris ou rodas, para uma reflexão sobre arquitectura e paisagem enquadrada por noções de fronteira, fluidez, mobilidade ou património, tanto material como imaterial.

As viagens são matéria-prima de um exercício de observação: vivenciar a diversidade territorial, reduzir distâncias e alargar limites são elementos-chave abordados em conversa. Este momento abre com uma apresentação do convidado Pedro Tropa sobre artistas cujo trabalho se relaciona com as noções de percurso e deslocação e conta com moderação da realizadora Graça Castanheira para alargar o horizonte da discussão e incluir o seu olhar documental.

Também convidámos a artista Tatiana Macedo a regressar ao Palácio para inaugurar o legado deixado pelo seu périplo por 21 edifícios de referência em nove países europeus, no âmbito da exposição Beleza Natural da Trienal 2019. 

Universalmente Específico

Ajda Bračič apresenta o seu diário de viagem intimista a partir de 12 fragmentos, um por cada dia de viagem de comboio entre Ljubljana e Lisboa. Centrando-se nas correspondências entre a linguagem e o espaço, examina de forma não linear como as palavras e as ideias arquitectónicas sempre migraram e viajaram, ignorando fronteiras e criando identidades que se sobrepõem continuamente. 

A Volta ao Dia em 80 Mundos

A partir de uma colecção de artefactos e imagens reunidos durante a viagem, Allan Mensah constrói uma reflexão que se apropria do título de uma antologia de contos de Julio Cortázar. Questionando o que significa ir de um lugar até outro, no seu caminho encontra objectos imanentes, paisagens heterogéneas e fronteiras a atravessar para abordar o que estas produzem ou inibem: a deslocação. 

Programa

18h30 Conferência de Pedro Tropa 
19h00 Apresentação do Periple Duet por Ajda Bračič + Tevi Allan Mensah 
19h30 Conversa moderada por Graça Castanheira 
20h00 Inauguração de uma peça fotográfica pela artista Tatiana Macedo 
20h20 Cocktail

Em inglês, as apresentações e conversa integram o programa europeu de LINA — Learning, Interacting and Networking in Architecture. O resultado destes dois diários de viagem é materializado em pequenas publicações que pode levar consigo. 

Ajda Bračič 

Crítica e editora ligada à cultura em vários meios de comunicação, cuja investigação se centra nas intersecções entre arquitectura, identidade e linguagem encontradas em técnicas, saberes e fazeres de diferentes comunidades. Em 2021 fundou Kajža, uma ONG dedicada à reabilitação e a práticas vernaculares sustentáveis e em 2022 co-editou o livro Super Vernaculars! e estreou-se na escrita de ficção com a publicação de Leteči ljudje, uma colecção de contos.

Tevi Allan Mensah 

Os imaginários dos territórios fronteiriços são um tema recorrente na sua prática que cruza criação artística e arquitectura para interpelar o papel desta disciplina como meio de comunicação colectiva. Allan Mensah co-fundou em 2019 o colectivo frontières* dedicado à edição em arquitectura, em 2022 co-criou um micro-festival de arquitectura, Balthazar e actualmente lecciona na cadeira de mestrado 'Utopie/Dystopie' na ENSA Lyon. 

Graça Castanheira 

Cineasta portuguesa e professora de cinema documental e práticas de realização. A sua obra inclui A Rua da Estrada, a partir do livro homónimo do geógrafo Álvaro Domingues, sobre a paisagem portuguesa e as suas idiossincráticas estradas nacionais, ou a série O Tempo e o Modo, na qual onze personalidades falam sobre o futuro.

Pedro Tropa 

A prática artística de Pedro Tropa indaga a noção de paisagem e o universo dos territórios montanhosos dos Himalaias aos Alpes. A natureza rude e rarefeita destes lugares, explorados sensorialmente em viagem através da caminhada ou da escalada, é a matéria de trabalhos em vídeo, fotografia ou desenho. A vivência corporizada in loco é depois revisitada em atelier numa síntese entre percepção e memória.

Tatiana Macedo 

A obra desta artista formada em antropologia visual explora os campos do cinema, fotografia e som, como no seu filme de 2012 Seems so long ago, Nancy, que foi distinguido com o SAW Film Prize da Associação Americana de Antropologia. Para a exposição Beleza Natural apresentada no Palácio Sinel de Cordes no âmbito da Trienal 2019, viajou pela Europa para fotografar com o seu olhar subjectivo uma selecção alargada de obras de arquitectura.