A terceira edição deste programa organizado pelos CADA é composto por quatro conversas de entrada gratuita e acontece de Março a Maio no Palácio Sinel de Cordes, centro cultural dinamizado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa.
Poucas tecnologias estimulam tanto a imaginação como aquelas que tentam replicar a mente humana. Desde a Idade Média até à ficção científica moderna, muitos fantasiam sobre a construção de máquinas vivas. E agora chegaram, de modo completamente diferente, sob a forma de inteligência artificial: como agentes de software, invisíveis, por detrás de um vasto espectro de tecnologias computacionais integradas na vida quotidiana.
Se até há pouco tempo a era digital podia ser simbolizada pelas redes sociais e vídeos de gatinhos, hoje há uma inquietação e uma sensação bastante tangível de que a inteligência artificial está a redefinir todos os aspectos da experiência vivida. Simultaneamente, a utilização destes poderosos sistemas é acompanhada por crescente desigualdade social, múltiplos escândalos da indústria e um reconhecimento cada vez maior de que estas tecnologias estão a minar a democracia, com possíveis consequências para a liberdade individual. Se este cenário beneficia as elites ou, pelo contrário, contribui para o bem público dependerá das escolhas políticas actuais.
Com o passar do tempo, e à medida que a pressão aumenta, a compreensão que as empresas têm da machine intelligence poderá alterar-se de modo a lidar com a complexidade do mundo real. Mas, se não aceitarmos que humanos e máquinas pensam de forma diferente, estamos a limitar as nossas hipóteses de compreender o verdadeiro potencial da inteligência artificial. Talvez o nosso maior ganho com a inteligência artificial seja justamente a possibilidade de nos ajudar a ultrapassar o desejo de replicar a mente humana, oferecendo-nos novas formas de pensar.
California Capture: Como a West Coast transforma o Mistério em Infraestrutura
Kenric McDowell, Director do programa Artists + Machine Intelligence, Google Arts & Culture
Kenric McDowell apresenta a história do envolvimento contracultural de Silicon Valley com o desconhecido, explorando as implicações desses encontros na identidade, arquitectura e desenvolvimento tecnológico global. Kenric McDowell trabalha há mais de 20 anos na intersecção entre cultura e tecnologia. Dirige o programa Artists + Machine Intelligence na Google Arts & Culture, onde facilita a investigação entre investigadores de inteligência artificial, artistas e instituições culturais. É um conferencista regular, consultor em Think Tanks e organizações artísticas, ajudando grupos a ligar a prática artística e produção tecnológica, a tradições mais amplas da compreensão humana.
Outras Inteligências
James Bridle, Artista e escritor
Bridle explorará as questões e possibilidades da inteligência artificial e de outras inteligências a partir do seu próprio trabalho e de novas descobertas na ecologia, biologia e computação. Com trabalhos comissionados por galerias e instituições e exibidos pelo mundo e na internet, tem publicado artigos na Wired, Domus, Cabinet, the Atlantic, the New Statesman, the Guardian, the Observer, entre outros. Lançou em 2018, o livro New Dark Age que trata de tecnologia, conhecimento e o fim do futuro foi publicado pela Verso (UK & US).
As nossas caras, vozes, ADN, impressões digitais e outros dados sobre os nossos corpos (os nossos dados biométricos) cada vez mais são utilizados por governos e empresas para nos identificar e monitorizar, bem como para analisar, prever e controlar os nossos comportamentos. Que papel queremos (se é que queremos) que as tecnologias biométricas desempenham nas nossas sociedades?
O Artificial: Planetário e Programação
Benjamin H. Bratton, teórico, sociólogo e professor
O CADA lamenta informar que, por motivos de força maior do orador, esta conferência teve que ser adiada. Pedimos desculpa pelo incómodo e esperamos anunciar nova data o mais brevemente possível. Agradecemos todo o interesse manifestado e esperamos poder contar com a sua presença no futuro.
Esta conversa considera o modo como o realismo ecológico (incluindo o espectro do colapso) juntamente com a extensão da computação à escala planetária alteram a forma como concebemos “o artificial”.
The Stack é um briefing de design interdisciplinar para uma nova geopolítica que trabalha com e para a computação à escala planetária. Relacionando as escalas continental, urbana e perceptiva, mostra como podemos construir, habitar, comunicar e governar melhor os nossos mundos.