Sede Social do Metropolitano de Lisboa

Este notável edifício, conhecido pela sua decoração exuberante, foi construído entre 1911 e 1914, para residência de José Maria Marques, Governador no antigo território português subordinado à Índia Portuguesa de Timor-Leste. Recebeu o Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura em 1914 e trata-se de um dos poucos sobreviventes da época de ouro das Avenidas Novas. A sua arquitectura e decoração traduzem-se num ecletismo exacerbado, onde o estilo Arte Nova se conjuga com elementos barrocos, neo-românticos e neo-árabes. A fachada em pedra atinge o seu auge pela acumulação de elementos decorativos, nomeadamente arcos, colunas, frontões quebrados, ornatos floridos, jarrões, ferros forjados e grandes bow-windows, como o janelão que coroa o alçado principal. Apresentando planta quadrangular, faz esquina entre a Avenida Fontes Pereira de Melo e a Rua Andrade Corvo, apresentando à sua porta a singular entrada da estação de Picoas, oferecida pelo Metropolitano de Paris e conhecida por acesso Guimard, reprodução dos acessos parisienses. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2002, por ser considerado um museu para as artes decorativas do início do século XX, onde sobressai a riqueza dos seus acabamentos e os detalhes requintados. No interior, os espaços dispõem-se de forma simétrica, organizados em torno de uma escadaria monumental, diferenciando-se pela decoração em madeiras exóticas, estuques pintados, frescos e um elevador de época de enorme luxo para a data em que foi construído. Na década de 50, o edifício é comprado pela Câmara Municipal de Lisboa e é, desde então, a sede do Metropolitano de Lisboa.