Café Nicola

No século XVIII, era conhecido como Botequim Nicola e foi dos primeiros cafés de Lisboa que nasceu com a baixa pombalina, frequentado por conhecidos escritores, artistas e políticos, destacando-se o poeta Bocage. Em 1834, vê-se obrigado a fechar devido a pressões políticas, reabrindo como Café Nicola, em 1929. Com um novo projecto, adoptou uma abordagem holística, desde a fachada exterior, da autoria do arquitecto Norte Júnior, até à baixela em prata, não esquecendo qualquer detalhe. Em 1935, foi remodelado segundo projecto de Raul Tojal que lhe conferiu um carácter moderno, Déco e geométrico, em que apenas a escultura de Bocage e a fachada se mantiveram intactas. O ambiente interior do café caracteriza-se pelos aços polidos e materiais cromados, pelo primoroso sistema de iluminação e pelos pavimentos e revestimentos de excelência. O mobiliário modernista contrasta com as pinturas de Fernando dos Santos, em que figuram episódios protagonizados por Bocage. Reconhecido local de tertúlias, no século XX frequentado por personalidades como Cassiano Branco, permaneceu até aos dias de hoje lugar de referência na história artística e intelectual da cidade.