Vale do Porto Brandão
Percurso urbano por Francisco Silva
Uma entrada para sul
O Porto Brandão é um pequeno aglomerado protegido pelo muro com origem na construção do seu cais em 1890, numa relação privilegiada com o Tejo, a arriba e a paisagem urbana de Lisboa.
À cota alta persistem estruturas desactivadas por entre os socalcos de uma paisagem agrícola alheia ao contexto urbano da outra margem, ali tão próxima. A indústria da Banática, o Hospital do Lazareto e as ruínas da Torre de São Sebastião, que conjuntamente com a Torre de Belém protegia a barra do Tejo, revelam-nos fragmentos de uma biografia territorial de tempo dilatado A Estrada dos Almocreves passava por aqui, ligando Lisboa a Sesimbra, facto que evidencia a escolha do Porto Brandão como entrada natural para Sul. A sua condição de vale e a curta distância entre margens, por comparação com o restante gargalo do Tejo, justifica a escolha. Praia, porto, lugar de culto, estrutura de defesa, estaleiro de construção naval e terminal marítimo, industrial e petrolífero são faces de uma mesma dinâmica portuária e ribeirinha cuja importância desacelerou com a construção da ponte.
O trajecto quotidiano de barco a partir de Belém persiste como memória de um metabolismo de conexão entre margens, num território em transformação, que merece ser visitado a partir das suas singularidades. Esta visita revela um lugar quase esquecido, mas não menos impressionante.
Percurso Urbano por Francisco Silva
Duração
120 minutos
Lotação
30
Informação Extra
Ponto de encontro: Lazareto - 28 de Maio (Largo Carlos da Maia, Almada)